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Improviso que decorre de dificuldades financeiras
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Improviso que decorre de dificuldades financeiras

Edição Impressa
Tipo Notícia

O POVO visitou o Centro de Queimados do Instituto Dr.José Frota (IJF) e ouviu histórias de arrependimento, mas também de necessidade. Pessoas que não sabem o que é ter um botijão de gás ou um fogão há anos. E quando nunca imaginaram que a situação poderia causar um acidente, foram surpreendidos. Antônio Barbosa conta que há mais de dois anos vinha fazendo de dois tijolos e uma lata de ervilha seu maquinário para cozinhar.
 

“Ali eu cozinhava arroz, feijão, café… Cozinhava com gás, mas precisei vender meu botijão. Dessa vez, o álcool secou e o café ainda não tinha fervido. Os palitos de fósforo que eu riscava acabavam ficando lá dentro, o que deixou um pouco de brasa. Eu levei o galão de álcool para colocar mais e ele puxou o fogo. Aí teve a explosão”, detalha o acidente que quase levou sua perna. A queimadura aconteceu no dia 24 de abril, às 15h30min, “bem na hora do cafezinho”.
 

Anabadia Barbosa, 35, dona de casa, começou a entrevista dizendo que não tinha fogão e, mesmo que tivesse, ainda iria cozinhar no álcool. “Jamais teria condições de pagar R$ 70 por mês”.
 

Depois, ao contar sua história, lembrar do filho de 10 anos e se dar conta de que queimou 20% do corpo, inclusive o rosto, ponderou. Ela também sempre cozinhou em duas latas com uso da substância inflamável. “Fui colocar o álcool e não percebi que ainda tinha faísca. Senti um impacto no rosto, fui para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e mandaram eu vir para cá. Nem ambulância tinha. Pedi ajuda ao meu pastor”.

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