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Trimestre registra chuvas dentro da média e ajuda recuperação de açudes
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Trimestre registra chuvas dentro da média e ajuda recuperação de açudes

| QUADRA CHUVOSA | Sistema de abastecimento do Ceará chega a 11,79% da capacidade total
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Com precipitações dentro da média no recorte do primeiro trimestre da quadra chuvosa (fevereiro, março e abril), os açudes do Ceará alcançaram 11,79% do volume total de armazenamento (2,20 milhões m³). Chuvas nas bacias de contribuição dos principais açudes permitiram a recuperação desses reservatórios. Porém, a adoção de medidas de economia de água por parte da sociedade e a busca de fontes alternativas pelo Governo ainda se fazem imprescindíveis no atual cenário.


As chuvas na região norte do Estado, principalmente no Litoral Norte e na Serra da Ibiapaba, têm sido ocasionadas pela proximidade da Zona de Convergência Intertropical, explica Meiry Sakamoto, supervisora do Núcleo de Meteorologia da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).


As precipitações registradas nos primeiros 13 dias de abril representam quase 75% da média história para o mês (188mm), com 139,5mm.


“De ontem (quinta-feira) para hoje (sexta-feira), a gente percebeu que as chuvas ocorreram de uma forma mais intensa, inclusive na Região Jaguaribana e na Região do Cariri. Porque se formou uma área de instabilidade, um sistema convectivo bastante intenso”, explica. E completa: “Veio varrendo desde a Paraíba, Pernambuco e chegou até o Ceará trazendo esse volume bom de chuvas para essa região, que normalmente não chove tanto e onde estão localizadas as bacias de contribuição dos principais açudes”.


Meiry explica que as probabilidades de chuvas dentro da média histórica continuam. “Existem condições favoráveis para a chuva no Ceará como um todo. Ainda tem chance que voltem a ocorrer eventos desse tipo pelo Ceará. A Zona de Convergência tá lá próxima ainda e a gente espera que o mês de abril continue com essas boas chuvas e a gente consiga pelo menos equilibrar o mês de março”.


Segundo João Lúcio Farias, presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), as situações das bacias do Estado são bastante diferenciadas.

“Há uma situação muito confortável a noroeste e ao litoral, como as bacias do Coreaú, com quase 90%, e a do Litoral, com mais de 60%, para o abastecimento das cidades e a atividade econômica, como irrigação, indústria e comércio. Temos situações ainda crítica principalmente no centro: bacia do Banabuiú, com menos de 3%, e as áreas do Sertão Central”, avalia.

Ele cita a recuperação na bacia do Sertão de Crateús, com mais de 10%, após iniciar a quadra com menos de 1%, e de grandes açudes.

“Os grandes reservatórios iniciaram um processo importante de recuperação, como o Orós, Castanhão e Banabuiú. Não conseguem atender à sua demanda, principalmente a atividade de irrigação, mas têm o suficiente para o abastecimento humano do Vale do Jaguaribe e para complementar o da Região Metropolitana”, frisa.


De acordo com o gestor, ações para conseguir fontes alternativas de água, como aproveitamento de água subterrânea em todo o Estado, reúso e dessalinização de água do mar devem ser priorizadas, além das medidas de economia de água em todo o Estado. 

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