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Grupo participa de aula de campo no mangue do rio Cocó
CIDADES

Grupo participa de aula de campo no mangue do rio Cocó

| SABIAGUABA| No Ecomuseu na Sabiaguaba é possível conhecer espécies do mangue, experimentar as plantas, o solo e a água do ecossistema
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Conhecer o mangue é necessário. Não só porque é um dos ecossistemas mais importantes do Ceará, mas porque colocar o pé na lama, ver os bichos miúdos de pertinho e sentir o sal das plantas que o compõe pode ser garantia de futuro. Experimentar esse conhecimento ambiental é acessível e conta com o humor e a sabedoria de um casal que vive na Sabiaguaba há quase 20 anos. Na manhã do último sábado, 21, O POVO acompanhou parte da aula de campo que ocorre no local.


“Aqui é mangue, 50% do nosso oxigênio que a gente respira vem do mangue. Ele protege o solo dos raios solares, se estiver desmatado, resseca”, afirma Celso Haley Sá Barreto de Freitas, 9. Quando ele nasceu, o Ecomuseu Natural do Mangue, fundado pelos avós, já existia. Cresceu então sabendo valorizar a natureza. O grupo que visitou o ecossistema no sábado foi organizado pelo Movimento Vida Ciranda e reunia crianças e pais. Todos protegidos contra o sol, curiosos pelo que viam e ansiosos pelo banho no Rio Cocó.


A primeira parada foi para orientações e para que o idealizador e responsável pelo Ecomuseu, Rusty de Sá Barreto, se apresentasse. É ele - junto da esposa e pedagoga Sineide Crisóstomo - quem ensina e faz do lugar espaço pra visita e aprendizado. “Uma das atividades que a gente tem são aulas de campo. Não é trilha ecológica, nem passeio turístico. É aula de campo. Porque entendemos que, antes de qualquer coisa, é preciso reeducar as pessoas para o meio ambiente”, conta Rusty.


No Museu, que fica a cerca de 300 metros do início da caminhada, existem mais de 200 peças, entre arcada de tubarão, ossada de baleia, cavalo marinho e crustáceos. Enquanto Sineide descreve cada um dos animais ali eternizados, os olhares e as fotos registram o que não se tem oportunidade de ver na tela do computador: o real.


“Depois conhecemos o mangue vermelho, coletamos sementes desse mangue e aprendemos sobre elas. A semente te acompanha durante o percurso. Você só sai daqui depois que planta uma árvore (na área de reflorestamento embaixo da ponte construída há alguns anos), recolhe o lixo e conhece o mangue”, detalha Rusty.


E foi esse contato que fez com que a professora Rosa Cristina Branco, 41, levasse o filho, Marcel Molina Branco, 7, para o passeio do sábado. “É preciso despertar para o contato com a terra, vivenciar a comunidade e enxergar um local como esse de forma diferente do como geralmente se vê na mídia. Ele está ali, aprendendo com uma pessoa que ele nunca viu”, afirma Rosa. Para o menino, a arcada do tubarão foi o que mais interessou. “Eu vim hoje passear e ver o museu dos peixes”, disse.


Para Sara Rebeca Aguiar, organizadora do passeio e responsável pelo Movimento Vida Ciranda, a ideia de colocar em prática o projeto Vida Ciranda Experiência veio da necessidade de tirar as crianças de casa, traçando rotas fora daquelas já conhecidas, que muitas vezes priorizam os shoppings. “Para os pais também é simbólico tirar uma manhã para os filhos, sem celular. O mangue é nosso e acho que precisamos refazer esse caminho de conhecer a Cidade. Estamos muito reféns do medo e precisamos saber que Fortaleza podemos descobrir”, afirmou.


O Museu Natural do Mangue fica na rua Professor Valdivino, 48 - Sabiaguaba


Organiza visitas para grupos e escolas

Contato: (85) 9.8749-5286/ 9.8687-1336

 

Vida Ciranda

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Contato: (85) 9.8954-7374 / 3045-4224

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