Seis pessoas foram presas pela Polícia Federal (PF), ontem, acusadas de fraudar o Benefício Assistencial ao Idoso, pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os investigadores conseguiram identificar R$ 4 milhões obtidos de forma ilegal pelos operadores do esquema, identificados como empresários e profissionais liberais. Contudo, a estimativa é de que o valor possa dobrar com informações colhidas após as detenções.
[SAIBAMAIS]Além de quatro mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária, a PF cumpriu ainda 14 ordens de busca e apreensão contra bens dos envolvidos. Uma pessoa também foi presa em flagrante com equipamentos para fabricação de documentos falsos. Dois suspeitos conseguiram fugir. O nome dos presos não foi divulgado.
Todos serão autuados por estelionato qualificado e formação de quadrilha, além de fabricação e uso de documentos falsos. Eles serão investigados por lavagem de dinheiro.
A Operação Espectro envolveu 70 policiais atuando em Fortaleza, Caucaia e São Gonçalo do Amarante. O nome faz referência ao modus operandi da organização, que criava “fantasmas” para retirar os recursos.
Conforme a delegada da Polícia Federal líder da operação, Adriana de Araújo Correia, os suspeitos fabricavam certidões de nascimento em nomes fictícios e conseguiam solicitar outros documentos à União.
“Era difícil detectar porque os documentos usados nas fraudes eram verdadeiros. Eles tinham todos os requisitos necessários. Uma das coisas que colocamos na representação é que eles tinham mais facilidade de conseguir os benefícios que uma pessoa comum, porque conseguiam fabricar os requisitos formais”, explicou a delegada.
Ela descartou a participação de servidores públicos no esquema.
Com os nomes fictícios validados por documentos originais, integrantes do grupo solicitavam o benefício ao INSS. “Pessoas fictícias se multiplicaram de maneira exponencial e cada pessoa (do grupo) conseguia ter várias identidades”, concluiu Adriana.
O recurso de um salário mínimo mensal é concedido a pessoas com deficiência e a idosos com 65 anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção, nem de tê-la provida por sua família. Neste caso, o solicitante não precisa ter histórico de contribuições para a Previdência Social.
DELEGADAS
A coletiva da Operação Espectro foi a primeira de Vanessa Gonçalves como superintendente da PF, a primeira mulher a ocupar o cargo no Ceará. Também se pronunciaram as delegadas Juliana Pacheco, Adriana Correia e Cláudia Leitão.