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Sete pessoas suspeitas de assassinatos de chefes do PCC no Ceará
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Sete pessoas suspeitas de assassinatos de chefes do PCC no Ceará

| INVESTIGAÇÃO | Segundo a SSPDS, helicóptero utilizado no crime fez dois pousos no local onde foram executados Gegê do Mangue e Paca
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A emboscada para matar os dois chefes do PCC que estavam há pelo menos um ano no Ceará contou com a participação de sete pessoas, todas já identificadas e ainda foragidas, segundo apontou a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) em coletiva, ontem. Os dois pousos do helicóptero utilizado no crime, relatados pelos índios da reserva em Aquiraz, foram fundamentais para que o plano de execução não levantasse suspeitas às vítimas. Apesar de confirmar que o mandante do crime é o braço direito de Marcos Camacho (Marcola), Gilberto dos Santos, o Fuminho, a Polícia ainda não sabe a real atuação da maior facção criminosa do País em solo cearense.

[SAIBAMAIS]
O anúncio do nomes dos envolvidos e da dinâmica do crime foi feito ontem pela SSPDS, um dia após o helicóptero de inscrição PR-YHB ser encontrado em São Paulo. Os assassinatos ocorreram em 15 de fevereiro. Investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) apontam que a aeronave chegou ao Ceará dois dias antes do crime e pertence a Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, morto na capital paulista oito dias após as execuções.
 

Conforme informações da Polícia cearense, no dia do crime, sete homens que chegaram a Fortaleza na madrugada do dia 14 embarcaram na aeronave em um hangar localizado em Aquiraz. Cinco foram deixados em área da reserva indígena enquanto “Cabelo Duro” e o piloto, Felipe Ramos Morais, reabastecerem o helicóptero e buscaram Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Sousa, o Paca.
 

O local onde os dois embarcaram não foi identificado, mas confirmou-se que eles foram levados ao terreno e, de imediato, executados pelos homens que lá já estavam. A movimentação dos sete suspeitos, tanto no hangar como no flat onde seis deles ficaram hospedados por uma noite, na avenida Beira Mar, está registrada em imagens. “Não há nenhum indicativo de que houve reação dos passageiros (Gegê e Paca), que eles desconfiassem do que ia acontecer”, destacou o titular da SSPDS, André Costa.
 

Após encontrados e identificados os corpos, os bens das vítimas foram levantados, somando R$ 12,5 milhão. A aquisição de bens no Ceará teve início em fevereiro de 2017 e a participação de quatro laranjas nas compras foi confirmada pela Polícia. Todos também seguem foragidos. Entre os detalhes que exaltam a vida luxuosa levada por Gegê e Paca — razões apontadas como motivação para a execução a mando do próprio PCC — está a compra de uma casa de R$ 1,8 milhão após contrariedade de Paca com o condomínio onde morava, no Cocó, e um orçamento de R$ 800 mil para compra de novos móveis para a mansão de Gegê.
 

Segundo a SSPDS, as investigações também confirmaram que Claudiney Rodrigues de Sousa, o Cláudio Boy, preso três dias após as mortes ao desembarcar em São Paulo, era amigo dos chefes assassinados. Ele alega que estava no Ceará para recomeçar a vida, após ser foragido da Justiça de Minas Gerais. Identificado com um dos líderes do PCC naquele estado, Cláudio Boy foi filmado entrando no condomínio das vítimas no carro de uma delas, dois dias antes do crime. 

 

SSPDS


NOMES APONTADOS PELA POLÍCIA
 

“LARANJAS”
> Francisco Cavalcante Cidrão Filho
> José Cavalcante Cidrão
> Samara Pinheiro de Carvalho
> Magda Enoe de Freitas

PARTICIPANTES DO CRIME

> Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho - Mandante
> Felipe Ramos Morais - Piloto
> Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro -Executor. Foi morto em São Paulo oito dias depois do crime
> Carlos Santos - Tripulante
> Erick Machado Santos, o Neguinho Rick da Baixada - Tripulante
> André Luís da Costa Lopes, o Andrezinho da Baixada - Tripulante
> Ronaldo Pereira Costa - Tripulante
> Tiago Lourenço de Sá de Lima, o Tiririca - Tripulante

R$ 12,5 milhões -Valor total dos bens apreendidos   

 

SEQUÊNCIA DO CRIME*
HELICÓPTERO pertencia a Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro e vale
R$ 3 milhões.

FELIPE, que seria o piloto, chega ao Ceará seis dias antes.

O HELICÓPTERO chega ao Estado no dia 13, trazido por outro piloto (não identificado).

À 0H10MIN do dia 14, os seis executores aparecem em imagens chegando em um flat na avenida Beira Mar.

ÀS 9H28MIN a aeronave deixa hangar com sete pessoas a bordo.
CINCO dos suspeitos ficam na reserva indígena.

ÀS 9H50MIN o helicóptero pousa no hangar novamente, apenas com Felipe e Cabelo Duro.

ÀS 10H13MIN saem mais uma vez do hangar, após abastecimento.

POUSAM em um local ainda não conhecido e Gegê do Mangue e Paca embarcam.
 

OS TRÊS seguem para o local da execução.

* FONTE: SSPDS 

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