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Cuidar dos espaços públicos da Cidade é como cuidar da extensão da própria casa. Com essa prerrogativa, mais dois pontos em Fortaleza, uma praça e um canteiro central foram adotados e reurbanizados. A iniciativa foi de moradores que resolveram melhorar a vizinhança com as próprias mãos. “Depois que a gente começa a cuidar, todo mundo ajuda e respeita”, conta o pastor da igreja Assembleia de Deus, Israel Santos, 44.
Israel não teve dúvidas. A conhecida popularmente como Praça dos Evangélicos, entre as alamedas Benedita e Begônia, na Cidade 2000, estava destruída. Tinha piso quebrado, juntava lixo, faltava pintura. Para completar, uma imensa árvore (Ficus benjamim) cobria boa parte do espaço.
Com a colaboração dos moradores, ele conseguiu juntar R$ 1.100 para comprar piso, brita, tinta, lixeira de cimento e deu nova vida ao largo. A árvore também foi podada. Hoje, segundo conta, à tardinha, a praça fica cheia de gente. Crianças brincam, jovens se reúnem para tomar o açaí, namorados se encontram.
“Melhorou muito. Antes, essa praça era escura e feia, agora, à tardinha, é cheia de gente”, reforça o dono do comércio em frente ao largo, Cícero Sinésio, 59. Até a mercearia dele começou a vender mais com a reforma.
A mudança também aconteceu no quesito segurança. Com a população frequentando o espaço, ele acabou se tornando menos vulnerável.
Fortaleza já conta com 153 equipamentos públicos adotados oficialmente por meio do Programa Municipal de Adoção de Praças e Áreas Verdes, sendo 35 na área da Regional II de Fortaleza. De todas as áreas contempladas, 57 adoções foram realizadas por pessoas físicas.
Na Avenida Padre Antônio Tomás, o intermediador de negócios Américo Picanço, 75, cansou de olhar da janela do apartamento em que mora e enxergar um canteiro central cheio de lixo.
“Fui fazer um bem pra mim e acabei fazendo um bem pra Cidade”, diz.
O custo de R$ 2 mil, com a contribuição dele e dos vizinhos, foi suficiente para comprar adubo, plantas típicas do Ceará, como as flores mini lacre, e adubo.
Com zelo, cuidado e boa vontade, o canteiro antes sujo se transformou em um mini jardim. Agora, o zelador Célio Silva, 56, limpa o local e cuida como se a casa dele fosse. “É um prazer e eu me sinto fazendo o bem”, ensina.
O trabalho da Prefeitura, com a adoção dos espaços, é basicamente de incentivo. Titular da Secretaria Regional 2, Ferrucio Feitosa diz que a intenção é conscientizar a população que a sua residência não se limita aos muros de casa. “E vai além disso. As pessoas têm de tomar posse e se apropriar dos espaços públicos”.
ADOÇÃO DE ESPAÇOS
Saiba sobre os requisitos necessários e as etapas do processo de adoção de espaços públicos em Fortaleza acessando:
bit.ly/adocaopracas