Logo O POVO+
Evasão pode ser evitada com melhor acompanhamento
CIDADES

Evasão pode ser evitada com melhor acompanhamento

Edição Impressa
Tipo Notícia

O acúmulo das desigualdades arbitrárias e como ele influencia na evasão escolar foi uma das questões abordadas no último dia do Colóquio Internacional Sesc-UFC sobre Inclusão Social e Diversidade na Educação, ontem. A professora de pedagogia especializada da Haute École Pedagogique de Lausanne (Suíça), Lise Gremion, destacou a importância de entender o que é esse “acúmulo” e como as crianças mais desfavorecidas sofrem com essa realidade. 

Lise Gremion advertiu que é necessário compreender que o fracasso escolar “penaliza o futuro do estudante na escola e na vida”. Ela ressalta ainda que o processo não está relacionado com as competências que o aluno possui. Ela explica que o acúmulo de desigualdades pode ser entendido da seguinte maneira: “um menino pobre que não fala bem a língua e vem de uma minoria étnica” tende a entrar na estatística da evasão; logo, o futuro dele está relacionado com a forma como a escola lida com a questão. “Se estiver em uma instituição onde os professores trabalham juntos ou não, se a educadora tem a mente aberta ou não... Todos esses fatores juntos fazem com que a criança tenha um futuro ou não”.  

A especialista também destaca que os docentes “precisam prestar atenção” nessas crianças, para evitar criar a exclusão. Lise Gremion reforça que se a escola constrói um ambiente de debate, a realidade da evasão escolar das crianças desfavorecidas tende a mudar. Ela diz que observou que os professores brasileiros enxergaram esse problema e tomaram atitudes por iniciativa própria.  

“Todas as crianças querem e podem aprender, a questão é não estar só. O professor não pode trabalhar sozinho, ele precisa de uma equipe preparada”, adverte, apontando a necessidade de existir uma política de valorização do docente e do trabalho realizado por ele.

O que você achou desse conteúdo?