O limite de velocidade na avenida Presidente Castelo Branco (Leste-Oeste) foi reduzido de 60 km/h para 50 km/h na manhã desta quinta-feira, 8. A mudança, adotada pela Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), tem o objetivo de diminuir a quantidade e a gravidade dos acidentes na região. Só nos últimos dez anos, segundo a Prefeitura, 106 pessoas morreram no trânsito da Leste-Oeste; dez, ano passado.
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A redução da máxima velocidade permitida segue, ainda, preceitos da Organização Mundial de Saúde (OMS), que orienta que vias arteriais urbanas como a Leste-Oeste não tenham mais de 50 km/h. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece 60 km/h para este tipo de via. A justificativa da OMS, contudo, tem base em métricas que constatam o óbvio: quanto mais rápido o veículo estiver, mais grave será o acidente e menor a chance da vítima tem de sobreviver.
Dos mortos na última década, na Leste-Oeste, 50% eram pedestres e 16% eram ciclistas. Os números transformaram a avenida, bem como a Osório de Paiva e a rodovia BR-116, numa das mais perigosas da Capital.
Sendo assim, além da redução da velocidade e de outras intervenções no trecho entre a rua Jacinto Matos e a avenida Radialista José Lima Verde, foi preciso instalar seis novos semáforos, fechar pelo menos cinco retornos e pintar sete faixas de retenção para motocicletas e 3,5 km de ciclofaixa para melhorar a segurança viária do local.
“Essa avenida de 50 km/h é a primeira experiência” da Cidade, anunciou o superintendente da AMC, Arcelino Lima. De acordo com ele, num segundo momento, cuja data não foi divulgada, o trecho entre a rua Jacinto Matos e a avenida Dom Manuel também será reajustado. Por enquanto, durante seis meses, nenhum condutor que trafegar entre 50 km/h e 60 km/h na Leste-Oeste será multado, devido ao período de adaptação. Porém, o motorista que ultrapassar 60 km/h continuará a ser penalizado. Dez equipamentos de fiscalização eletrônica, agora, compõem o monitoramento da região.
“A chance de um pedestre sobreviver a um atropelamento a 50 km/h é dez vezes maior do que se (o acidente) acontecer a 60 km/h”, analisa Dante Rosado, coordenador da Bloomberg, iniciativa norte-americana de segurança viária em Fortaleza. O consultor adiantou que a próxima avenida apta ao reajuste de velocidade é a Osório de Paiva.
Marcos André do Carmo, 49, que tem um comércio nas adjacências da Leste-Oeste, acredita que a redução da velocidade deve ter impacto positivo no trânsito. “Tenho carro e uso, mas tenho que pensar como pedestre também, porque ando a pé. Então, concordo. E acho que tem que ter mais controle com câmeras e fotossensores”, avaliou. Normalmente, segundo ele, condutores não respeitam nem sequer o limite de 60 km/h. Além disso, ele denuncia que motociclistas invadem a ciclofaixa. (Colaborou Eduarda Talicy)
RISCO DE MORTE
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um pedestre adulto tem 20% de risco de morte se for atingido por um veículo a 60 km/h.