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Ceará tem risco "muito pequeno" de surto de febre amarela
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Ceará tem risco "muito pequeno" de surto de febre amarela

| SAÚDE PÚBLICA | Segundo especialista, uma sequência muito específica teria que ocorrer para forma urbana do vírus circular no Estado
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Tipo Notícia

Ceará, Paraíba, Pernambuco e Sergipe são os únicos estados do Nordeste que não apresentam casos de febre amarela. Para especialistas, o Ceará tem risco pequeno de ter surto da doença, pois não há vírus circulando no Estado, sequer na forma silvestre, ao contrário de em outros lugares.
[SAIBAMAIS] 

A febre amarela possui dois ciclos, o urbano e o silvestre, explica a coordenadora de Imunização da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Ana Vilma Braga Leite. Os casos mais recentes no Brasil decorrem do ciclo silvestre — em locais com matas rios —, causado por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes.
 

De acordo com a representante da Sesa, o primeiro sinal de alerta seria encontrar macacos morrendo de febre amarela no Estado. Contudo, ela afirma que o risco de surto é “muito pequeno”, porque, diferente do que acontece com arboviroses, existe vacina para a doença desde 1937 e já há muitas pessoas imunizadas.
 

Nas cidades, o vetor da doença é o mosquito Aedes aegypti. Porém, o último caso de ciclo urbano registrado no Brasil foi em 1942, de acordo com a Sesa.

Conforme o infectologista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Guilherme Henn, para que ocorresse surto de febre amarela alguém que tenha contraído o vírus em área de risco teria que ser picado pelo Aedes aegypti ao voltar para o Estado e ainda no período em que o vírus fica circulando no sangue, que é menor que cinco dias. O mosquito teria então que picar outra pessoa suscetível e isso acontecer várias vezes num curto intervalo de tempo.

Guilherme Henn explica que a escalada de casos de febre amarela em outras regiões do País é “multifatorial”. Envolve possibilidades elencadas por pesquisadores da área, como mudanças climáticas que favorecem proliferação de mosquitos, catástrofes naturais, crescimento desordenado de cidades sobre áreas de matas e até mesmo redução de recursos repassados pelo Governo. (Lívia Priscilla)   

 

SINTOMAS


INÍCIO DA DOENÇA:
febre, calafrios, dores de cabeça e no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Cerca de 15% dos infectados, após período de horas a um dia sem sintomas, desenvolvem uma forma mais grave da doença. Deve ser procurada uma unidade de saúde.

CASOS GRAVES:

febre alta, icterícia (pele e branco dos olhos amarelados), hemorragia (principalmente gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. 

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