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UM ANO DE HUB E CONCESSÃO
Centenario-Fortaleza

UM ANO DE HUB E CONCESSÃO

Um ano de concessão da alemã Fraport e do hub do Grupo Air France-KLM com a Gol no Aeroporto de Fortaleza. O terminal já está de cara nova. São novas instalações, mais voos e também desafios
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Aeronave da KLM de Fortaleza direto para Amsterdã, na Holanda (Foto: MATEUS DANTAS em 21/02/2019)
Foto: MATEUS DANTAS em 21/02/2019 Aeronave da KLM de Fortaleza direto para Amsterdã, na Holanda

A geografia privilegiada faz do Ceará um atrativo para as operações aéreas. Mas somente isso não basta. Foi preciso ir buscar investimentos e oferecer incentivos. No início de 2018, a Fraport assumia o Aeroporto Internacional Pinto Martins. Quatro meses depois, era inaugurado o centro de distribuição internacional de voos (hub) da Air France-KLM em parceria com a Gol.

As iniciativas têm continuidade e planejamento. Novos voos e um novo terminal aeroportuário são aguardados. A expansão do Fortaleza Airport chegou a 52% de obras concluídas em janeiro e deve ser finalizada em maio de 2020. Para a realização das fases 1B e C, são investidos R$ 1 bilhão, contemplando a contratação do consórcio, a compra de equipamentos, o desenvolvimento e a gestão do projeto.

Hoje, quem passa pelo Aeroporto de Fortaleza já percebe mudanças. O acesso de carro ficou mais fácil e rápido aos portões de embarque, houve melhoria na conexão de internet e a sinalização é efetiva. Mas novidade mesmo vem no fim deste semestre, quando a primeira parte da expansão será aberta e integrada. Assim, os balcões e totens de check-in doméstico e internacional serão realocados no novo edifício. Os passageiros de voos internacionais devem experienciar mais espaço e conforto nas áreas de embarque e desembarque.

Os ganhos são prometidos também em tamanho, iluminação e segurança. Desde banheiros maiores à oferta de lojas e restaurantes. Estará no patamar dos bons aeroportos regionais da Europa e Estados Unidos, por exemplo, conforme projetou Andreea Pal, presidente da Fraport Brasil.

"Nos desculpamos pelos transtornos. O impacto de ruído e pó é inevitável, mas esperamos que todo mundo entenda que isso é necessário para termos um aeroporto a nível internacional. O aeroporto é a primeira cara do País e trabalhamos para oferecer o mais bonito possível", disse.

Tapumes, sons de máquinas e operários para todo lado anunciam o horizonte de melhorias. "Mas nem parece que está em obras. Quando chegamos, tinha uma pessoa orientando, além das placas indicativas. Não atrapalhou em nada", relatou a funcionária pública Keliane Carvalho, que estava acompanhada do marido, Rafael, esperando voo para Manaus (AM), após estada de dez dias em Fortaleza.

Kelme Tavares, auditor independente, esperava voo para Teresina (PI). Veio do Rio de Janeiro ao Ceará a trabalho, pela primeira vez. "Acostumado com terminais de maior porte, achei o aeroporto pequeno. Mas fiquei satisfeito em ver que há um processo de ampliação".

Além de estar previsto no edital de concessão, esta necessidade de expansão vem com a demanda. Em 2018, por exemplo, o Fortaleza Airport experienciou recorde no fluxo de passageiros: variação positiva de 11,5% em comparação ao ano anterior, com 6.614.227 embarques e desembarques de usuários.

O resultado foi acima até dos 6,5 milhões de 2014 - ano em que o Brasil sediou a Copa do Mundo de Futebol. Em percentuais de variação anual, o número é o melhor desde 2010 (20,4% mais pessoas que 2009). No levantamento, são consideradas as quantidades de passageiros vindos de chegadas, partidas e conexões. A projeção da Fraport é que até o fim da concessão, em 2047, o equipamento receba mais de 29,2 milhões de pessoas por ano.

É do interesse da operadora manter bom número de operações e atrair novos voos. E, para ser um terminal atrativo às companhias aéreas e, consequentemente, ao público internacional, devem ser percebidas iniciativas de agilidade para o transfer, salas de espera confortáveis, e salas VIP, o que vai fazer o tempo das conexões "mais agradável", como elencou Andreea Pal. "Nossa meta é assegurar que a infraestrutura seja desenvolvida a tempo e garantir as necessidades das companhias aéreas, com mais automatização e segurança", complementou.

O hub da Air France-KLM/Gol já é um dos motivos de maior fluxo na Capital cearense. Pela força do turismo, o grupo franco-holandês espera consolidação. "Neste ano, vemos que a economia brasileira começa a se recuperar. Nossas expectativas, então, são de maior crescimento no tráfego regional, dentro do Brasil e da América do Sul e, claro, que isso se estenda à Europa. Estamos bem otimistas", avaliou Seth van Straten, diretor comercial da Air France-KLM na América do Sul.

A operação da AFKL se consolidará diária a partir de 2 de abril de 2019, com mais um voo vindo de Amsterdã - somando-se a quatro frequências. Atualmente, além destes, há três voos de Paris, às quartas, sextas e domingos.

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