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Rigor na investigação da tragédia de Milagres
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Rigor na investigação da tragédia de Milagres

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Tipo Notícia
Mais de 72 horas depois da tragédia de Milagres, o governador Camilo Santana (PT) se manifestou de maneira contundente sobre a operação policial que resultou na morte de 14 pessoas - seis delas reféns tomadas por bandidos na madrugada da última sexta-feira, 7. Mesmo com atraso, fez o que se esperava: anunciou uma investigação, a ser conduzida pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD), encarregada de periciar armamentos de criminosos e policiais envolvidos na ação desastrada.

 

Além de lamentar o episódio, Camilo também disse que, "desde o momento do fato, minha determinação tem sido de investigação rigorosa e isenta" dos assassinatos no município do Cariri. É um recuo importante na posição do governador, que, durante coletiva de imprensa no evento que inaugurou o Centro de Inteligência do Ceará, no mesmo dia dos crimes, levantou suspeita sobre a presença de reféns no banco na madrugada, como se desconhecesse o fato de que as cinco vítimas da mesma família de Pernambuco e uma cearense tinham sido interceptadas na estrada e obviamente não estavam ali para utilizar os serviços das agências.

 

O petista acrescentou ainda que "nenhuma ação da polícia cearense é feita com a intenção deliberada de tirar vidas". É preciso rever desde já, então, o lema do seu secretário da Segurança, André Costa, para quem os criminosos têm duas opções no Estado: "Justiça ou cemitério". Como se viu em Milagres, não apenas os bandidos estão à mercê dessa lei do olho por olho, dente por dente.

 

Henrique Araújo

Jornalista

henriquearaujo@opovo.com.br

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