O abastecimento do Brasil se baseia em um sistema de transporte rodoviário. Essa informação, elementar, constantemente desconsiderada (ou simplesmente não lembrada) no cotidiano, foi escancarada desde que caminhoneiros começaram a parar de circular e bloquear estradas em todo o País. Pois ela chegou (ou está para chegar) à vida de muita gente em forma de ausência — de insumos hospitalares, combustíveis (de avião a carro), de alimentos nos mercados ou de dinheiro disponibilizado em caixas eletrônicos. São os reflexos iminentes da paralisação.
O assunto é tema de cobertura especial desta edição do O POVO. Além dos impactos na rotina, o impasse entre Governo Federal e manifestantes e os fatores que encarecem os combustíveis na nova política da Petrobras são alguns dos aspectos detalhados em grande reportagem que começa na página 4.
Como encanamentos, que a gente não lembra que existem até que parem de funcionar, as estradas são vias de escoamento do que a gente consome todos os dias. Cerca de 60% das cargas do País são transportadas em rodovias, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT). Portanto, se os elementos que transitam por esses sistemas não estão lá — nesse caso, os caminhoneiros — não há funcionamento. E se esse funcionamento é garantia de sobrevivência de um País, a necessidade de alternativas ou soluções é urgente.
O PAPEL DAS RODOVIAS
Cerca de 60% das cargas do País são transportadas em rodovias, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT)
MARIANA LAZARI
JORNALISTA DO O POVO
marianalazari@opovo.com.br