A divulgação dos dados do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece) sempre pede um olhar atento. Por um lado, há bons motivos para se comemorar: ao longo dessas nove avaliações, a proficiência média das turmas do 2º ano do ensino fundamental alcançou um patamar civilizado, enquanto os indicadores do 5º e do 9º ano apresentam tendência de melhora. Por outro, os números do 9º ano ainda são um exemplo gritante do tamanho do problema: apesar da melhora, quase 45% dos alunos têm níveis de proficiência entre o crítico e o muito crítico em Língua Portuguesa, e mais de 67% estão nessa mesma situação em Matemática.

Temos uma longuíssima e dura trajetória à frente. A própria vice-governadora, Izolda Cela, já disse certa vez que os números do ensino no Estado têm direito a “cinco minutos de comemoração”.
 

A boa notícia é que o Ceará parece ter decidido percorrer o caminho da Educação como política de Estado, não de governo. Deve-se isso ao engajamento e esforço de milhares de professores, diretores, técnicos da Educação, pais e dos próprios alunos.
 

Não há atalho: é preciso avaliar e adequar as políticas aos desafios enfrentados. Nas páginas 33 e 34, as repórteres Luana Severo e Ana Rute Ramires mostram que, depois de alcançar bons índices na alfabetização das séries iniciais, a Educação focará no ensino de Matemática, principalmente nas turmas finais do ensino fundamental. É um desafio e tanto, que não pode ser visto como responsabilidade exclusiva da escola. 

DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO NO CEARÁ

A boa notícia é que o Ceará parece ter decidido percorrer o caminho da Educação como política de Estado, não de governo  

ERICK GUIMARÃES
JORNALISTA DO O POVO
erick@opovo.com.br