Aos 34 anos, a atriz baiana Priscila Fantin interpreta a personagem Sofia na peça “Além do que os nossos olhos registram”, com Luzia Tomé e Letícia Birkheuer, em cartaz até este domingo, no Theatro Via Sul Fortaleza. Na trama, Fantin vive uma relação de conflitos com os pais, pelo fato de ser lésbica e encontra na avó aceitação e amor. A peça narra o encontro de três mulheres em três gerações diferentes e seus conflitos. Tudo com humor, cumplicidade, amor, paixão, companheirismo e perdas. O Buchicho Meu bateu um papo com a atriz sobre essas narrativas da contemporaneidade feminina, carreira, família e conta tudo para vocês.
O POVO: Ao falar de temas tão contemporâneos, o que a peça procura despertar no espectador?
Priscila Fantin: O público ri, se emociona e sai do teatro com boas reflexões. Em cena temos uma avó com uma cabeça livre de qualquer preconceito, uma mãe homofóbica e uma neta lésbica. Elas expõem suas opiniões e a identificação da plateia é imediata. O texto aborda a questão do respeito ao próximo. Da tolerância, da homofobia e do racismo.
OP: Sua personagem, a Sofia, narra uma relação de conflitos com os pais. Como você ver essa problemática?
PF: Sofia é filha única, os pais são autoritários, conservadores, ela é filha de um senador e de uma socialite. Quando Violeta, sua mãe, percebe que sua filha é um ser distinto, com sua própria personalidade e modo de ser, e não a extensão dela, gera frustração. Violeta vive um casamento de fachada, sem amor. Sofia não é assim. Delfina, sua avó, casou com o grande amor da sua vida, viveu uma linda história de amor, por isso elas se identificam tanto. Avó e neta são românticas, acreditam no amor, são tolerantes. Delfina tem a sabedoria que a vida trouxe. Mesmo sendo uma jovem moderna, ela demorou muito para se assumir lésbica, grande parte por medo dos pais.
OP: Existe algo em comum entre você e sua personagem?
PF: Ela é uma jovem independente, engajada, livre. É uma geração ansiosa, inquieta. A velocidade com que as coisas acontecem, a gente acaba por não viver o momento. Vejo aquilo que as pessoas gostariam de ser. E que gastam um tempo precioso escolhendo qual das 150 selfies vai postar. E a vida tá passando. Viva o momento presente e deixe flluir!
OP: Além da peça, existem outros projetos em curso?
PF: Há uma possibilidade de uma série na TV para o segundo semestre do ano que vem.
OP: Você começou na TV e agora está no teatro. Qual área você mais se identifica?
PF: Gosto muito dos três, teatro, cinema e TV. São diferentes, mas todos fascinantes. A TV tem esse poder de alcance impressionante. O cinema é outra linguagem e o teatro tem essa troca do ao vivo que é única, um espetáculo nunca será como outro.
OP: No decorrer da sua trajetória como atriz, qual personagem mais te marcou?
PF: Serena da novela Alma gêmea.
OP: Sobre família, o que mudou na sua vida depois da maternidade?
PF: Tudo. Amor incondicional.
OP: Como funciona sua rotina alimentar e treinos?
PF: Pratico sempre que tenho tempo livre e cuido da alimentação, mas sem dietas radicais.
Serviço
“ALÉM DO QUE OS NOSSOS OLHOS REGISTRAM”
GÊNERO: Comédia dramática
ONDE: Theatro Via Sul Fortaleza - Av. Washington Soares, 4.335 - Edson Queiroz
QUANDO:10 de dezembro (domingo) HORÁRIOS: 19 horas INGRESSOS: Plateia inferior: R$ 80 (inteira) | R$ 40 (meia) | Plateia superior R$ 60 (inteira) | R$ 30 (meia)
Informações: 3099-1290