Pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda tentam determinar qual o período de validade da vacina fracionada para a febre amarela. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que a entidade acompanha de perto campanhas em dois países africanos para determinar o prazo para que a população volte a ser vacinada. Por enquanto, usa como padrão que a dose fracionada tem validade de um ano.
Ontem, foram confirmadas duas mortes por causa da febre amarela em Valença, no sul do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela Secretaria Estadual da Saúde. Com os novos registros, subiu para três o número de mortes no Estado.
No Brasil, o Governo anunciou que começará com campanha de vacinação em São Paulo, Minas Gerais e Bahia a partir de fevereiro — com doses fracionadas.
Segundo o cientista Alejandro Costa, da Iniciativa para a Pesquisa de Vacinas da OMS, o governo brasileiro afirma ter evidências da validade desse imunizante por oito anos.
Em 2016, a OMS foi obrigada a destinar milhões de doses de um estoque internacional para Angola e República Democrática do Congo, na África, ambos sob o surto da doença. Segundo Costa, a opção naquele momento foi por fracionar a vacina. Para ele, o fracionamento é uma solução real a ser considerada também no caso brasileiro. “É uma questão de emergência. Reconhecemos como uma solução prática e efetiva”, disse. “O que ainda não se sabe é o prazo pelo qual a vacina garante a proteção”, afirmou Costa. “Estudos mostravam proteção de um ano. No Brasil, eles têm evidências de que essa proteção é de oito anos”.
Validade
Questionado, o Ministério da Saúde do Brasil afirmou que “reitera a segurança e eficácia” do fracionamento. Para definir a validade de oito anos, usou como base estudo realizado no laboratório Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, com 319 militares vacinados dessa forma em 2009. “Oito anos depois, 85,3% dos militares ainda tinham anticorpos contra a doença”.
Agência Estado
Rio e SP
A Fiocruz vai analisar os corpos de quatro macacos-prego recolhidos na manhã de ontem no bairro da Usina, na zona norte do Rio de Janeiro, em um dos acessos à Floresta da Tijuca. Especialistas temem que os macacos tenham sido vítimas de febre amarela. O resultado dos exames deve sair em até dez dias.
São Paulo deve receber hoje 500 mil doses de vacinas contra a doença.