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Governo diminui exigências para construção de presídios
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Governo diminui exigências para construção de presídios

Para os 726 mil encarcerados no País seriam necessárias mais 358,6 mil vagas, segundo Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias
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O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) alterou as regras para a construção de presídios. A decisão atende a demanda do Conselho Nacional de Secretários da Justiça, Direitos Humanos e Administração Penitenciária (Consej), fórum que reúne os secretários estaduais de pastas relacionadas ao tema.

 

A mudança permite que governos estaduais tenham mais flexibilidade nos parâmetros e medidas para áreas como salas de aula, estacionamento e área administrativa, no momento dos projetos e da execução de obras de unidades prisionais. Mas terão que justificar o uso de parâmetros menores ou
diferenciados.


De acordo com a resolução nº 6, os gestores estaduais “podem apresentar projetos arquitetônicos próprios, com soluções arquitetônicas diferenciadas, considerando os aspectos intrínsecos à realidade prisional local, desde que assegurados os direitos da pessoa privada de liberdade e do servidor penitenciário”.


Os estados agora podem adaptar medidas arquitetônicas de espaços como salas de aula, estacionamento, área administrativa. A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de ontem.


Já as regras relacionadas a celas individuais e coletivas, pátio para banho de sol, chuveiros e módulos de saúde não foram alteradas, valendo a resolução nº 9, de 18 de novembro de 2011.


A nova medida prevê documentação como memorial de justificativa da solicitação de recurso, memorial do terreno e projeto básico, obrigações dos governos federal e estadual, capacidades máximas (300 para penitenciária de segurança máxima e 800 para cadeia pública) e medidas das celas.


De acordo com o Ministério da Justiça, a flexibilização foi incluída a pedido dos estados que alegavam que as exigências anteriores engessavam a construção das edificações. Com isso, seria mais difícil resolver a falta de vagas no sistema carcerário.


Para os atuais 726 mil encarcerados no país seriam necessárias mais 358,6 mil vagas, segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias
(Infopen).


O Ministério da Justiça informou que no fim de 2016 foi autorizado repasse do Fundo Penitenciário Nacional de R$ 1,2 bilhão a estados, sendo R$ 44,7 milhões a cada unidade da Federação. Desse total, R$ 32 milhões são para construção e obras e o restante para aparelhamento, capacitação e monitoramento.


Já no orçamento de 2018, o valor deverá ser de R$ 608 milhões, segundo o ministério.

O montante é metade do R$ 1,2 bilhão destinado no fim de 2016. De acordo com a pasta, a forma de repasse será alterada, com a distribuição segundo a demanda.

 

 

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