Tropas militares de outros países começaram a chegar ontem ao Brasil para participar do exercício militar de simulação de atendimento humanitário na selva amazônica, o AmazonLog 17, que começa hoje e segue até 13 de novembro, em Tabatinga (AM), na tríplice fronteira com a Colômbia e Peru.
Devem participar da simulação cerca de duas mil pessoas, entre elas, 500 estrangeiros. Além de militares do Brasil (cerca de 1.550), Colômbia (150), Peru (120) e Estados Unidos (30), observadores de mais de 20 países devem acompanhar as ações, entre eles Alemanha, Argentina, Chile, Equador, México, França, Reino Unido, Espanha, Rússia e Venezuela. Também participam funcionários de órgãos como a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a Fundação Nacional do Índio (Funai), a Polícia Federal, a Receita Federal, entre outros.
O objetivo do exercício é criar diretrizes para socorro a vítimas em caso de catástrofes na região. Serão realizadas simulações de atendimento a vítimas de incêndios florestais, terremotos, secas, enchentes, acidentes com embarcações e também de medidas humanitárias para casos de grande contingente de deslocamentos humanos, como no caso de refugiados.
As simulações envolvem o uso de 13 helicópteros, 11 aviões, além de diversas embarcações. Também serão realizados atendimentos de saúde para a população ribeirinha e comunidades indígenas do Brasil e dos países vizinhos. Alguns dos exercícios contarão com a participação de “figurantes”. Uma base militar multinacional foi montada para dar suporte a militares e socorro emergencial às “vítimas”.
O chefe do Estado-Maior Combinado da AmazonLog 17, general de brigada Antonio Manoel de Barros, explica que a escolha da região se deve ao seu caráter estratégico e pelo desafio de se levar uma estrutura de apoio em uma região cujo acesso só ocorre por meio aéreo ou de barco.
Estados Unidos
A participação de militares norte-americanos no exercício gerou questionamentos. O tema chegou a ser debatido na Câmara dos Deputados, quando o líder do PSOL na Casa, deputado Glauber Braga (RJ), questionou o convite e encaminhou um requerimento ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, e ao comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, pedindo mais informações sobre a participação de militares dos Estados Unidos.
Segundo o general, os americanos vão trazer ao Brasil conhecimentos e mostrar tecnologias relacionadas à ajuda humanitária em catástrofes naturais, a exemplo de técnicas de purificação de água.
Agência Brasil