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Realengo e Colombine inspiraram tragédia em escola de Goiás
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Realengo e Colombine inspiraram tragédia em escola de Goiás

Adolescente de 14 anos que matou dois colegas e feriu outros quatro disse à polícia que os massacres no Rio e Estados Unidos serviram de inspiração. Ele reclama que sofria bulliyng
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O adolescente de 14 anos autor dos disparos que mataram dois colegas e feriram outros quatro no Colégio Goyases, em Goiânia, premeditou o crime e se inspirou nos massacres de Columbine, nos Estados Unidos, e Realengo, no Rio de Janeiro. “Ele me disse que se inspirou em duas tragédias: Columbine e Realengo. E pensava em se vingar há aproximadamente dois meses”, informou o delegado Luiz Gonzaga, da Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depais), unidade para onde o garoto foi levado.


O massacre de Columbine aconteceu em 20 de abril de 1999 na Columbine High School, em Columbine, no Estado do Colorado, e deixou 12 alunos e um professor mortos. Os autores do crime, os estudantes Eric Harris, de 18 anos, e Dylan Klebold, de 17, cometeram suicídio. Já o caso de Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, ocorreu em 7 de abril de 2011 e resultou na morte de 12 alunos na Escola Municipal Tasso da Silveira. O responsável pelo crime, Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, também se matou.

[SAIBAMAIS]

O primeiro atingido em Goiânia foi o desafeto do garoto, mas o delegado não informou qual das vítimas era. Segundo o relato do garoto, após acertar o primeiro aluno, ele perdeu o controle e sentiu vontade de matar mais. O jovem descarregou um pente e foi contido pela coordenadora da escola que estava na sala quando ele tentou recarregar a arma. Ele chegou a dizer que iria se matar, mas a professora consegui contê-lo e depois o encaminhou até a biblioteca.


Segundo o delegado, o autor dos disparos não pediu desculpas, mas se mostrou arrependido. A motivação principal foi um garoto que o “amolava muito”.

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Balanço trágico

Dois estudantes foram mortos e outros quatro ficaram feridos no atentado a tiros no Colégio Goyases, unidade particular localizada no Conjunto Riviera, no final da manhã de ontem.

 

O tenente-coronel Marcelo Granja, assessor de comunicação da Polícia Militar de Goiás (PM-GO), confirmou que o autor dos disparos é filho de um policial militar e a arma usada é da corporação. Granja disse que ainda não se sabe como o estudante teve acesso a arma.


As duas vítimas que morreram foram identificadas como João Vitor Gomes e João Pedro Calembo. Ambos morreram dentro da sala de aula. Os adolescentes feridos, três meninas e um menino, foram levados aos Hospitais de Urgências de Goiânia (Hugo) e dos Acidentados de Goiânia. Dois deles foram levados ao Hugo pelo pai de uma das vítimas.


O pai explicou que logo após o atentado, funcionários do colégio ligaram informando o que havia acontecido. Seu filho foi baleado nas costas, e a bala continua alojada. Equipes médicas, segundo ele, avaliavam ontem a necessidade de uma cirurgia para retirar o projétil.


Um das vítimas internadas no Hugo, uma garota, está em estado grave e respira por aparelhos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), informou o diretor técnico da unidade, Ricardo Furtado Mendonça. Os outros dois feridos estão conscientes e estáveis.


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Temer lamenta e se diz consternado

O presidente Michel Temer manifestou pesar pela tragédia ocorrida ontem em uma escola de Goiânia, quando um estudante atirou em colegas, matando dois e ferindo quatro. Em sua conta no Twitter, o presidente se disse consternado com o fato e solidário às famílias dos jovens mortos. “Como todo brasileiro, estou consternado com a tragédia na escola de Goiânia. Minha solidariedade às famílias. Força!”, disse.


Cúpula da segurança acompanha episódio

A cúpula da Segurança Pública e da Secretaria de Saúde de Goiás reuniu-se com o governador em exercício, José Eliton, para atualizar as informações. As autoridades já adiantaram que uma equipe multidisciplinar deve ser nomeada para acompanhar as famílias das vítimas. Em nota, o governo estadual decretou luto oficial de três dias em solidariedade a todos os envolvidos no “lamentável acontecimento”. O governador Marconi Perillo estava viajando.

 

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