Uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio, a Mangueira zombará, em seu próximo carnaval, do corte de verbas do prefeito Marcelo Crivella (PRB) de R$ 2 milhões para R$ 1 milhão por agremiação do Grupo Especial. “Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco!” é o título do enredo da escola, que fará 90 anos em 2018. “É um enredo que zomba da decisão do atual prefeito, que questiona padrões e modelos, que traz de volta o carnaval enquanto sátira, que traz o desfile enquanto um discurso cultural de teor mais crítico e menos escapista”, explica a agremiação.
Carnavalesco que foi sensação do carnaval carioca, Leandro Vieira, autor do enredo, vem dando declarações públicas críticas a Crivella, diferentemente de seus pares e dos presidentes das escolas, que tradicionalmente procuram não bater de frente com a prefeitura.
O prefeito é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, que condena o carnaval como “festa da carne”. Ele alegou que precisava da verba do carnaval para investir em creches municipais.
Segundo Vieira, “a Mangueira fará um carnaval sem hipocrisias e livre do bom-mocismo, que questiona não apenas um prefeito que ‘vilaniza’ o carnaval, os desfiles, e as manifestações espontâneas plurais usando argumentos demagogos, mas que também coloca em cheque o atual modelo em que os desfiles das Escolas estão inseridos.”