Segundo a pesquisa, o País com o maior índice per capita de consumo de álcool é a Lituânia, onde os habitantes bebem o equivalente a 18,2 litros de álcool puro por ano. A Bielorrússia aparece na sequência, com 16,4 litros por ano, seguida pela Moldávia (15,9) e Rússia (13,9). Dos dez países que ocupam as primeiras colocações, nove estão no Leste Europeu.
A média mundial é de 6,4 litros por ano. Na África, o consumo é, em média, ligeiramente menor: 6 litros por ano. Nas Américas, a taxa é de 8,2 e na Europa, de 10,3, puxada pelos países do leste
A OMS não vê o consumo do álcool em si como um problema, mas considera que o uso excessivo e a falta de controle em certas situações podem se transformar em ameaça. Um total de 3,3 milhões de pessoas morrem todos os anos pelas consequências da bebida - o que representa, segundo a entidade, 5,9% de todas as mortes no mundo. No grupo das pessoas entre 20 e 39 anos, 25% das mortes têm uma relação direta com o álcool. Levantamento da OMS também constatou que o álcool pode causar mais de 200 doenças, incluindo mentais.
Responsabilidades
Para a OMS, “governos têm a responsabilidade de formular, implementar, monitorar e avaliar políticas públicas para reduzir o uso excessivo do álcool”. Entre as medidas, a entidade sugere regular o marketing de bebidas, o acesso à compra e elevar impostos.
Clarice Madruga, psicóloga da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadora do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), concorda. Segundo ela, o principal motivo para o aumento do consumo de álcool no País é a falta de uma política de prevenção universal. “O Brasil não adota as políticas eficazes que fizeram outros países reduzirem o consumo.” A psicóloga ressalta que, no Brasil, diferentemente da maioria dos países, não há uma licença específica para a venda de álcool. (AE)