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Ironman movimenta a Capital neste domingo
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Ironman movimenta a Capital neste domingo

| ESPORTE | Atleta paulista vence Ironman Fortaleza, enquanto curitibana ganha na categoria feminina
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A palavra superação vem de superlatio, do latim, que significa o ato de se elevar ou passar por cima. Algo que muitos buscam e encontram no esporte. Seja para, na linha da chegada, avistar o sorriso do filho que comemora da arquibancada; como recurso terapêutico ou para desafiar o corpo e a psique humana. Essa era a percepção das pessoas que acompanhavam o circuito de triatlo do Ironman Brasil 70.3, ontem, na Praia de Iracema. As provas iniciaram às 6 horas da manhã, com 750 participantes que nadaram 1,9 km, pedalaram 90 km de e correram outros 21,1 km.

Esse é o sexto ano em que Fortaleza sedia o evento. A natação ocorreu entre os espigões da João Cordeiro e Rui Barbosa, e a transição para a bicicleta foi no próprio Aterro da Praia de Iracema. O ciclismo foi pela rodovia CE-085. Já a corrida era na Avenida Beira Mar, onde, acampadas ao longo do calçadão, barracas de assessorias esportivas distribuiam água, café, frutas e outros alimentos para amigos e familiares que foram endossar o coro da torcida. Os atletas eram cumprimentados com apitos, buzinas, gritos e toques com as palmas das mãos.

A aposentada Helena Lessa, 65, foi ver o filho, a nora e torcer. "Ele gosta disso aqui. Ele vem todos os anos e eu venho apoiar", brinca. Após mais de quatro horas do início da competição, às 10h19min, o primeiro participante cruzou a linha de chegada. Os outros foram chegando em seguida. O atleta paulista Rodrigo Lobo, 36, foi o primeiro colocado, chegando às 10h28min, totalizando 4h14 min e 20 segundos de provas. Em 2018, ele havia tirado o segundo lugar.

"Esperava que a prova no mês de junho pudesse ser mais tranquila, falava-se que não entrava tanto vento", aponta o desafio. Em 2018, o Ironman ocorreu em novembro. O sol, acrescenta, também tornou a última etapa mais aguerrida. Em segundo lugar, o também paulista José Berlamino, 42, considera a alta temperatura - fazia cerca de 30 graus em Fortaleza - a maior dificuldade. "Aqui o calor é muito forte. Mesmo na água, tanto que não tem como nadar com roupa de borracha. Já o pedal é calor e muito vento, a primeira parte é, praticamente, com vento a favor e contra na volta. Mas, na corrida, se não fosse água e pedialyte, a gente estaria derrubado", relata o atleta, que havia tirado a primeira colocação ano passado.

O cearense Francisco Marcelo Brandão Júnior, 38, chegou em terceiro lugar. Mais acostumando com a condição climática do Ceará, a ventania e a correnteza foram os fatores naturais mais complicados de encarar. "Aqui, é muito difícil. O vento bate na ida e empurrando e na volta. É realmente é muito forte, porque é contra. Se não tiver cabeça e tranquilidade para lidar com aquilo na situação, você não consegue render. A corrida aqui é uma das mais difíceis do Brasil", enumera.

Os obstáculos ao longo das etapas se repetem nos relatos das vencedora da categoria feminina, Flávia Meyer, 37. Ela, que vem de uma cidade que marcava 8 graus, conta que já estava preparada. "O sol atrapalhou, a gente não é acostumada a sofre um pouco". Para conquistar o segundo lugar, a mineira Cláudia Dumont, 38 anos, acredita que foi preciso ter estratégia para chegar até o fim. " É saber que o sol está desgastando mais do que qualquer outra prova. Tem que ficar com a cabeça no lugar e a paciência bem aguçada", conclui.

Quando encerravam as provas, os atletas eram atendidos por uma equipe médica para hidratação e primeiros socorros. Também havia uma ala de massoterapia para aliviar o efeitos do desgaste físico. Não houve a remoção por problemas de saúde ou incidentes de nenhum participante nesta edição. Em 2018, o atleta Genilson Lima, 48, morreu por afogamento após sofrer uma isquemia cardíaca, enquanto disputava a etapa de natação, em 26 de novembros de 2018. 

 

Fortalecimento

Em terceiro lugar na categoria feminina do Ironman, Ana Augusta Lima Soares Barros, 33, usa o esporte como recurso terapêutico. A advogada de Petrolina (PE) começou a correr há dois anos, após sofrer de depressão pós-parto."Nada mais forte do que alguém que se reconstruiu. Chegar aqui é muito para mim".

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