Freire Gomes confirma reunião golpista feita por aliados de Bolsonaro
Foram mais de sete horas de depoimento do ex-comandante do Exército à Polícia Federal
Sob condição de testemunha, o ex-comandante do Exército e general da reserva, Freire Gomes, afirmou à Polícia Federal que presenciou reuniões de discussão sobre a dita “minuta do golpe”, durante o Governo de Jair Bolsonaro (PL). Evidências desses encontros já haviam sido apuradas pela PF.
No total, foram mais de sete horas de depoimento nesta sexta-feira, 1º, no que consiste no relato mais longo de toda a operação Tempus Veritatis, que investiga a tentativa de golpe de Estado. Gomes teria respondido a todas as perguntas dos policiais.
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Segundo a PF, apesar de ter conhecimento, o ex-comandante não teria aderido à trama golpista. A hipótese é reforçada por um comentário do ex-candidato a vice de Bolsonaro, general Walter Braga Netto, que xingou Gomes, chamando-o de “cagão”, pela recusa. Após o relato, o general da reserva ainda foi acusado de “traidor” pelos bolsonaristas.
No geral, o depoimento de Gomes foi considerado esclarecedor pela Polícia: foram respondidos temas como a ação de superiores e o papel do Ministério da Justiça à época. Demais detalhes são sigilosos.
As informações ainda deverão ser cruzadas com uma nova oitiva do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, com quem o ex-comandante trocou diversas mensagens.
Dentre esses envios, está o que confirma uma suposta participação do próprio ex-presidente na elaboração da minuta, que teria “mexido e reduzido o texto”. A PF espera finalizar a investigação até julho deste ano.
Gomes comandou o Exército de março de 2022 até o fim da gestão Bolsonaro, o que contempla todo o período eleitoral e pós-eleições. Dentre os questionamento feitos pela PF durante o depoimento, estiveram as ações da gestão durante os acampamentos dos bolsoristas.
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