CPI aponta que associação de policiais sacou R$ 2,3 milhões na boca do caixa

O relator, deputado Elmano de Freitas (PT), apontou que apenas o presidente da instituição sacou, entre 2017 e 2018, um total R$ 140 mil, datas anteriores ao Motim da PM e antes da presidência do policial na APS. O parlamentar sugeriu que a prática é suspeita

O relator da CPI do Motim, deputado Elmano de Freitas (PT), revelou, nesta terça-feira, 5, fotos de transações bancárias realizadas pelo policial Cleyber Barbosa Araújo, presidente da Associação dos Profissionais de Segurança (APS). Os registros mostram que ele realizou, em diferentes datas, o saque na boca do caixa o total total R$ 140 mil. O relator apontou ainda que a instituição sacou um total R$ 2,3 milhões em cinco anos. 

 

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Registros bancários mostram que Cleyber sacou, apenas no dia 30 de janeiro de 2017, um cheque no valor de R$ 70 mil. O deputado questionou o destino dos valores e sugeriu que alguma parte deles pode ter sido usado parafinanciamento do motim de policiais militares do Ceará em fevereiro de 2020.

Em janeiro de 2020, por exemplo, Elmano mostrou fotos de outras transações em que a APS sacou R$ 55 mil sacado na boca do caixa. Em fevereiro do mesmo ano, foram R$ 89 mil. Nos comprovantes bancários, aparece o nome do vereador Sargento Reginauro (UB).

"Eu não tenho nenhuma dúvida de afirmar que a APS é uma pessoa jurídica, braço político de um grupo político partidário, da qual integram o deputado (Capitão) Wagner, deputado Noélio, vereador Reginaldo, que tem a prática de sacar dinheiro na boca do caixa, que seu diretores usaram empresa que nunca funcionaram, que funcionava outra empresa e que não se sabe pra onde dinheiro vai ou se desconfia agora pra onde se vai, e que está evidenciado um depoimento da testemunha que é a APS financiou outra de policiais para os protestos que geraram motins no estado do Ceará", disse Elmano.

Após os questionamentos, Cleyber defendeu que a APS faz saque em espécie para poder movimentar o caixa financeiro das despesas diárias da associação. "São gastos com alimentação, com logística da associação, com combustível, com compra de equipamentos, com conserto de equipamentos, tem um dinheiro que ele era pago em espécie a alguns diretores para poder efetuar o serviço da associação", disse.

O PM também afirmou que a instituição tem uma diretoria administrativa que recebe um valor equivalente a R$ 5 mil para aquisição de ar-condicionado, geladeira, televisão, gelágua e reforma de quartel. "Todos esses recursos não é para associação, são para atender demandas de associados", defendeu. 

"Então muitas vezes, os recursos, é para reforma do quartel também, uma vasta documentação que posso passar pro senhor. Temos uma diretoria de família e ação social que recebe se eu não me engano R$ 3 mil, e esse recurso é para aquisição de fraldas, de medicamentos, cesta básica, de muleta, cadeira rodas, camas, cama hospitalar para associados", disse o depoente. 

Em entrevista coletiva, Cleyber voltou a afirmar que parte dos dinheiros são usados para pagamentos feitos em espécie. "Até pela questão da própria situação. Nenhum diretor financeiro da associação ficava a disposição, inclusive até hoje nenhum, nunca ficou à disposição. Então se você está trabalhando dentro de uma viatura, não tem como você movimentar operacionais a qualquer tipo de movimentação financeira", explicou. 

O PM alegou ainda que todos os pagamentos e a todas as movimentação financeiras constam em livro razão, tanto a entrada como a saída. "Já foi enviada essa documeação para a CPI e para o Ministério Público", finalizou. 

 

Com informações do repórter Vitor Magalhães

 

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