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Do esporte ao cinema, os ecos do movimento #BlackLivesMatter

16:35 | Jun. 17, 2020
Autor AFP
Tipo Notícia

Liderados pelo movimento #BlackLivesMatter após a morte do afro-americano George Floyd, os protestos contra a brutalidade policial contra os cidadãos negros nos Estados Unidos e o racismo no geral geraram uma onda de solidariedade.

Empresas, organizações e personalidades de todos os segmentos ampliaram as declarações em apoio ao movimento e refletiram sobre o próprio tratamento em relação às minorias, enquanto trabalhadores negros relataram nas redes sociais a discriminação que já sofreram.

Há "um consenso crescente" sobre a necessidade de enfrentamento do racismo na sociedade americana, analisa Andra Gillespie, diretora do Instituto de Estudos Raciais da Universidade Emory, na Georgia, para quem esses testemunhos lembram os do movimento #MeToo, que foi desencadeado pelo caso envolvendo o produtor cinematográfico Harvey Weinstein, em 2017.

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No entanto, serão necessários meses, ou anos, para saber se essas expressões de solidariedade "são apenas palavras vazias, ou se podem gerar mudanças substanciais", ressalta Gillespie.

Aqui estão os segmentos, nos quais o movimento teve mais eco:

O jogador da NBA LeBron James foi um dos primeiros a reagir à morte de Floyd. Ele criou uma associação para convencer os eleitores negros a irem em massa às urnas nas eleições presidenciais marcadas para 3 de novembro.

Outra lenda da NBA, Michael Jordan, anunciou uma doação de US$ 100 milhões para organizações que trabalham pela igualdade racial e justiça social.

Um total de 1.400 membros das ligas esportivas americanas - incluindo o jogador de futebol Tom Brady - enviou uma carta ao Congresso, exigindo o fim da impunidade policial.

O chefe da NFL, Roger Goodell, disse que "errou" por não ouvir os jogadores antes e incentivou as equipes a recrutarem o quarterback Colin Kaepernick. Sua presença foi banida dos estádios por ter denunciado a brutalidade policial no passado, ao se ajoelhar toda vez que ouvia o hino nacional antes de um jogo.

O campeonato automobilístico da Nascar proibiu as bandeiras confederadas em seus circuitos, ainda muito presentes no sul do país.

Depois da Nike, que usou o rosto de Kaepernick em um anúncio em 2018, a alemã Adidas prometeu que 30% de suas novas contratações nos Estados Unidos serão de negros, ou de latinos.

Na Premier League, no retorno agora nesta quarta-feira, 17, os clubes estão utilizando patches na manga com a hashtag, além de ter "Black Lives Matter" no lugar do nome dos jogadores nas camisas. 

Os protestos provocaram uma intensa reflexão e até demissões em muitas redações, de maioria branca.

O responsável pelas páginas de opinião do jornal "The New York Times" renunciou após a publicação de uma coluna que sugeria o envio de militares para as manifestações.

O editor-chefe do jornal "The Philadelphia Inquirer" deixou o cargo, após uma manchete que colocava violência policial e vandalismo no mesmo nível.

O poderoso grupo editorial Condé Nast se viu no olho do furacão. Após a renúncia do editor-chefe da "Bon Appétit", acusado de incentivar o racismo na revista, houve rumores sobre a renúncia da "papisa da moda" Anna Wintour, diretora da "Vogue" e também diretora artística do grupo editorial, que deveria se desculpar por "não ter feito o suficiente" por seus colaboradores negros.

Amazon e Netflix criaram destaque para filmes e séries em seus catálogos de atores e diretores negros.

A HBO Max retirou de seu catálogo "E o Vento Levou" (1939), vencedor de oito estatuetas do Oscar, considerado um filme repleto de preconceitos raciais, e anunciou que voltará a distribuí-lo com uma introdução com explicação histórica.

A diretora negra Ava DuVernay, conhecida por seus filmes contra o racismo, foi convidada para integrar o comitê diretor do Oscar, que agora conta com 12 pessoas negras em um total de 54.

 

 

 

 

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