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Retrospectiva: Deuses do esporte caem, mas dinheiro segue reinando

06:24 | Dez. 30, 2017
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[FOTO1] O ano de 2017 foi palco da queda de alguns deuses do esporte, como Usain Bolt, Novak Djokovic, a seleção italiana de futebol e o esporte russo, com seu escândalo de doping, enquanto Lionel Messi viveu temporada atrapalhada com Barcelona e Argentina.

Ao mesmo tempo, o dinheiro se apropria ainda mais do esporte e mantém a tônica dos últimos anos.

Sendo assim, Neymar, que aspira o trono de Cristiano Ronaldo e Messi como melhor jogador de futebol do mundo, viu que participar de outro projeto seria a única maneira de alcançar seu objetivo.

O brasileiro aceitou a aposta do Paris Saint-Germain e foi defender o clube francês, que pagou 222 milhões de euros para tirá-lo do Barcelona.

Apesar de concretizar os maiores investimentos da história do futebol, ao também contratar Kylian Mbappé por 180 milhões de euros, o PSG tem tudo ordenado para cumprir as regras do Fair Play Financeiro (FPF), que obriga os clubes a não gastarem mais do que arrecadam.

Os direitos de televisão e as quantias astronômicas que mobilizam os departamentos de marketing dos grandes clubes permitem qualquer transação.

"Hoje é caro, mas em dois anos não será. Vamos ganhar mais do que gastamos. É um projeto de marca conjunta", afirmou o proprietário catari do PSG, Nasser Al-Khelaifi, sobre Neymar.

O Manchester City também se apropriou do dinheiro do Golfo, mas com laços com Abu Dhabi, e está imparável na Premier League.

Os Citizens, inundados de dinheiro e após uma temporada de adaptação do técnico Pep Guardiola, passeiam pelo campeonato inglês e têm 11 pontos de vantagem sobre o vice-colocado após 18 rodadas. O time emplacou 16 vitórias seguidas, um novo recorde na competição.

Na Liga dos Campeões, o City garantiu a vaga nas oitavas de final a duas rodadas do fim da fase de grupos.

A imprensa inglesa informou há poucos dias que quer renovar contrato com o técnico Guardiola, transformando seu comandante em o mais bem pago do mundo. O catalão, que recebe 21,3 milhões de dólares atualmente, passaria a receber 29,3 milhões de dólares por temporada.

- Cristiano no topo econômico -
Cristiano Ronaldo se viu empurrado para o terceiro lugar na lista de melhores salários do futebol, atrás de Messi e Neymar.

E esta é uma competição que o luso não quer perder, deixando claro sua insatisfação após vencer a Bola de Ouro e guiar o Real Madrid ao título do Mundial de Clubes.

Ciente de seu bom momento e buscando mais dinheiro, enviou mensagem ao clube após marcar o gol da vitória sobre o Grêmio.

"Gostaria de me aposentar no Real Madrid, mas não depende de mim", advertiu.

Seu contrato termina em 2021, quando vai ter 36 anos. A imprensa vazou os salários de Messi, Neymar e Cristiano após as assinaturas de seus últimos contratos.

Messi receberia aproximadamente 50 milhões de euros por ano, enquanto Neymar ganharia 36 mi e Ronaldo 23,5 mi. Uma afronta para o português.

O dinheiro domina e vai continuar no trono. Sua eternidade contrasta com a queda dos grandes atletas. A principal delas chegou com Usain Bolt, um dos maiores atletas de todos os tempos.

O velocista jamaicano, que levou o ouro nos 100, 200 e 4x100 metros livres nas Olimpíadas de Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016, teve que se contentar com um bronze nos 100m do Mundial de Londres-2017, que marcou sua despedida das pistas.

O recordista mundial da prova mais rápida do atletismo também perdeu uma das medalhas de 2008, depois da desqualificação do conjunto jamaicano pelo doping de Nesta Carter, um dos integrantes da equipe do revezamento 4x100 metros.

- Triste despedida de Bolt -
Bolt caiu no Mundial, mas o alarmante é que não surgiu um substituto na nova geração. O título dos 100 metros ficou com o veterano americano Justin Gatlin, de 35 anos.

No tênis, Novak Djokovic não venceu em 2017.

Depois de 12 títulos de Grand Slam nos últimos anos, incluindo dois em 2016, o sérvio passou em branco em 2017. O ano foi novamente dominado por Rafael Nadal e Roger Federer.

Em 2016, quem ganhou o Mundial de Fórmula 1 foi o alemão Nico Rosberg, que se aposentou após a conquista. Em 2017, o troféu voltou para o britânico Lewis Hamilton, que tinha vencido as temporadas de 2014 e 2015.

No futebol, a tetracampeã mundial Itália não se classificou para a Copa do Mundo da Rússia-2018. A Argentina, bicampeã, conseguiu a vaga no sufoco.

Como no tênis, no atletismo e na Fórmula 1, os velhos conhecidos voltaram a dominar. O Brasil foi um deles, liderando as eliminatórias sul-americanas após a chegada de Tite, colocando-se como um dos candidatos ao título do mundial russo.

A Rússia, por outro lado, vai precisar se reerguer após ser proibida de participar do Mundial de Atletismo de Londres e dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang-2018. O motivo da proibição foi o doping generalizado promovido desde suas estruturas de poder.

Os gigantes do esporte vão caindo, mas o dinheiro está mais do que nunca comandando o show. (AFP)

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