Fortaleza termina a temporada sem sofrer nenhuma virada, mas conquistando apenas uma a seu favor

O recorte não ocorre por coincidência. Para além do aspecto psicológico, o estilo de jogo da equipe durante o ano e as características dos atletas podem apontar os motivos dos números acentuados

A regularidade tem sido uma característica marcante para o Fortaleza nos últimos cinco anos, nos quais finalizou entre os dez primeiros colocados do Campeonato Brasileiro em quatro oportunidades. Em 2023, os resultados também apresentaram padrões claros. Mesmo tendo uma amarga sequência de nove jogos sem vencer no Brasileirão, o Tricolor ainda conquistou a décima posição, demonstrando a importância de manter um bom aspecto mental e ter conhecimento do próprio trabalho para voltar a vencer.

Em 78 jogos disputados no ano, o Fortaleza não sofreu nenhuma virada de seus adversários e conquistou apenas uma a seu favor. O clube pontuou nos 47 jogos em que abriu o placar na atual temporada. Nessas partidas, foram contabilizadas 40 vitórias e sete empates. Nos 27 jogos em que saiu atrás no marcador, o Tricolor saiu sem qualquer ponto somado em 22 deles. Houveram ainda quatro empates e apenas uma vitória de virada.

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O recorte não ocorre por coincidência. Para além do aspecto psicológico, o estilo de jogo da equipe durante o ano e as características dos atletas podem apontar os motivos dos números acentuados.

O Fortaleza demonstrou ser uma equipe que presa muito pela defesa da própria meta e que tem paciência enquanto estava sem a bola. No campeonato Brasileiro, o escrete vermelho-azul-e-branco foi a quinta equipe com mais desarmes realizados e a nona com mais interceptações.

Ainda assim, o estilo mais reativo da equipe, evidenciado quando visto que possui a sexta menor posse da competição, é compensado na verticalidade alcançada. Mesmo passando pouco tempo com a bola, o Leão foi a quinta equipe que mais finalizou no torneio.

Em outros momentos desde que voltou à série A, o Fortaleza buscava roubar a bola ainda no ataque, utilizando da pressão sobre os defensores adversários. Em 2023, nos momentos em que estava à frente do placar, o Fortaleza demonstrava enxergar os melhores momentos de pressão e quando deveria se reestruturar defensivamente para receber o ataque adversário em seu campo, algo que cresceu no Fortaleza desde o segundo turno da temporada passada.

Até o primeiro turno de 2021, o Leão do Pici era a equipe que mais sofria gols nos acréscimos de ambos os tempos, acentuando o problema e manter vantagens no placar. Naquela edição, sofreu gols no final de um tempo para o Internacional (duas vezes), Botafogo (duas vezes), Ceará, Goiás, Atlético-MG (duas vezes), Coritiba e RB Bragantino.

A estatística foi influente na montagem do elenco de reposição do Fortaleza, que passou a visar um banco de reserva mais equilibrado ao titular. Na atual temporada, a ideia de utilizar alguns jogadores para povoar o meio de campo na segunda etapa, com o placar positivo, permanece. Lucas Sasha e Pedro Augusto foram duas peças muito utilizadas com esse objetivo.

Quando atrás do placar, as mudanças no tricolor não surtiam efeitos positivos que pudessem gerar uma reação. A única virada veio ao vencer o América-MG por 3 a 2. Para 2024, a equipe deve analisar as opções ofensivas e reforçar o setor, de uma forma que consiga ter mais alternativas para enfrentar defesas com características diferentes.

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