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Apostas dão certo e deixam 2017 entre os melhores anos do Corinthians

O Corinthians apostou alto em velhos conhecidos, confiou em um treinador novato e montou um time para ser competitivo frente aos seus rivais, mas terminou 2017 em um patamar pouco esperado pelos seus torcedores. Campeão paulista e brasileiro, com direito á segunda maior série invicta da sua história em meio às duas competições, o Timão [?]
18:30 | Dez. 31, 2017
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O Corinthians apostou alto em velhos conhecidos, confiou em um treinador novato e montou um time para ser competitivo frente aos seus rivais, mas terminou 2017 em um patamar pouco esperado pelos seus torcedores. Campeão paulista e brasileiro, com direito á segunda maior série invicta da sua história em meio às duas competições, o Timão colocou a atual temporada como uma das melhores de toda a sua história.

Início ruim e o Derby histórico

Sem conquistas nem vaga na Libertadores em 2016, ano que terminou com a demissão de Oswaldo de Oliveira, o Alvinegro resolveu fazer algumas apostas para 2017. Ainda em dezembro, acionou o auxiliar Fábio Carille para o seu primeiro trabalho como treinador, dando-lhe uma chance após ser recusado, entre outros, pelo colombiano Reinaldo Rueda.

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Junto do técnico novato, chegaram nomes como o centroavante Jô, em busca de uma redenção após anos esquecido do futebol, e o zagueiro Pablo, desconhecido defensor que estava no futebol francês. Além deles, uma integração com as categorias de base foi a saída para posições específicas, abrindo espaço para a titularidade do lateral esquerdo Guilherme Arana e do volante Maycon.

Depois de uma participação razoável na Copa da Flórida e um amistoso pouco animador com a Ferroviária, o time de Fábio Carille estreou oficialmente na temporada com uma vitória por 1 a 0 sobre o São Bento, contando com um gol do centroavante Jô. Mal sabiam os corintianos, mas aquele cenário seria repetido diversas vezes durante a temporada.

Errante no início, a equipe chegou à quinta rodada pressionada para enfrentar o então campeão brasileiro Palmeiras, dentro de casa. Em dia de um erro enorme da arbitragem, ainsa viu sua situação piorar quando Gabriel foi expulso injustamente, levando amarelo ppr falta cometida por Maycon.

O que parecia ser cenário de tragédia, no entanto, transformou-se na construção do time vencedor que se seguiria a partir dali. Brigador, o Timão segurou a pressão do rival e, em escapada já na parte final do jogo, Jô recebeu cara a cara com Fernando Prass, tirou do goleiro e confirmou o heroico triunfo por 1 a 0.

O próprio Carille reconheceu durante a temporada que aquele jogo marcou uma ?virada? na confiança da equipe, que se estendeu para as partidas seguintes. Em novo clássico, outro 1 a 0 com gol de Jô, dessa vez sobre o Santos. Ao mesmo tempo, o time passava pelas fases iniciais da Copa do Brasil, uma delas nos pênaltis, contra o Brusque, evitando que um vexame atrapalhasse a vida da equipe.

A série invicta

Na busca por dar rodagem aos seus jogadores, Carille aproveitou a vaga assegurada no Paulista para premiar nomes pouco usados, como os meias Giovanni Augusto e Guilherme, além do recém-promovido Pedrinho, na partida contra a Ferroviária. O resultado, porém, só confirmou que o time titular era mesmo o ideal, com o time de Araraquara vencendo por 1 a 0 o Alvinegro, último revés antes de uma sequência histórica.

Depois daquilo, o clube do Parque São Jorge embalou, fechou a primeira fase do Paulista e iniciou uma série de mata-matas, tanto pelo Estadual quanto pelas Copas do Brasil e Sul-Americana. Quase sempre empatando um duelo e vencendo o outro, a equipe acabou caindo apenas no torneio nacional, perdendo nos pênaltis para o Inter de Porto Alegre. Nada que abalasse a confiança e, é claro, a sequência sem derrotas no tempo normal.

Após passar fácil pelo São Paulo na semifinal do Paulista, o time fez aquele que, na opinião de Carille, foi seu melhor jogo em todo o ano: vitória por 3 a 0 sobre a Ponte Preta na aguardada decisão do Estadual, em pleno Moisés Lucarelli. Quarenta anos após o lendário título de 1977, os dois times se reencontraram e, com show de Rodriguinho, o Alvinegro encaminhou a conquista ainda em Campinas.

Confirmado campeão uma semana depois, o Corinthians passou de fase também na Sul-Americana, superando tranquilamente a Universidad de Chile, mas sem ter sua série invicta exaltada até aquele momento. Eram 13 jogos, que ganhariam sua maior notoriedade dias depois do triunfo por 2 a 1 em Santiago, juntando-se a uma arrancada inédita para o Campeonato Brasileiro.

Primeiro turno irretocável

O embalado Corinthians parecia ter perdido o gás na primeira rodada do Brasileiro, quando apenas empatou por 1 a 1 com a Chapecoense, em jogo aberto. Mais descansado nas semanas seguintes, porém, foi capaz de emendar seis vitórias consecutivas, incluindo dois clássicos (Santos e São Paulo), assumindo uma liderança que não deixaria até o final da competição.

A invencibilidade seguiu por mais alguns jogos até o encontro com o vice-líder Grêmio, denominado melhor futebol do país pelo seu técnico, Renato Gaúcho. Nada que impedisse outra vitória por 1 a 0, dessa vez com gol de Jadson, e uma disparada que culminou no estabelecimento de uma vantagem de 10 pontos na liderança, consolidada em outro Derby: 2 a 0 no Palestra Itália, com show de Arana.

O ritmo seguiu corintiano seguiu intenso até o encerramento do turno, invicto com 47 pontos conquistados, selados com uma vitória por 3 a 1 sobre o Sport, em Itaquera. Naquela ocasião, por sinal, o time fez mais gols (3) do que faltas (2), alcançando sua 34ª partida sem perder, segunda melhor marca da história corintiana. A perspectiva era superar uma série de 37 partidas, obtida em 1957, mas uma ?despencada? atrapalhou os títulos.

Queda no segundo turno e mais um Derby salvador

Com todos os holofotes sobre si, jogadores sendo sondados pelo exterior e adversários dissecando o estilo de jogo  de Carille, a segunda metade do Brasileiro foi muito diferente. A começar pelo primeiro duelo do returno, quando o time foi superado pelo Vitória, em Itaquera, quebrando a invencibilidade e demonstrando fraqueza pela primeira vez no torneio.

Dali seguiu-se um turno digno de time que brigava contra o rebaixamento, vencendo apenas 3 partidas nas 12 rodadas e observando o arquirrival Palmeiras diminuir uma desvantagem de 17 para somente cinco pontos antes do último Derby da temporada, em Itaquera. Mais uma vez, porém, o aguardado clássico construiu outro momento de glória para os alvinegros.

Em uma de suas melhores partidas da temporada, o time voltou a produzir como na metade inicial do torneio, criando muitas chances na primeira etapa e indo para o intervalo com uma vitória parcial por 3 a 1, inimaginável para um time que parecia ter desaprendido a fazer gols. Nos 45 minutos finais, Moisés ainda diminuiu e pôs fogo no jogo, mas o 3 a 2 assegurou a manutenção da tranquilidade na liderança.

A partir dali, Carille viu apostas até então pouco efetivas mostrarem seu valor, comprovando a tônica vista durante o ano. Contra o Atlético-PR, o criticado Giovanni Augusto entrou em campo para, em um cruzamento, mandar a bola para o fundo do gol e assegurar os três pontos. Pouco depois, sem Jô, Kazim fez o tento do triunfo sobre o Avaí, em Itaquera.

Os nove pontos colocaram o Timão em condição de ganhar o título contra o Fluminense, em casa, no dia 15 de novembro. Com direito a gol do adversário no primeiro minuto de jogo, o time confirmou sua predileção por quebrar parâmetros e, pela primeira vez no torneio, assegurou uma vitória de virada. 3 a 1, com gols de Jô (2) e Jadson, capturando seu heptacampeonato nacional.

Novo patamar

Passada a superação, o Corinthians entra em 2018 com algumas perguntas a responder, principalmente sobre como lidará ao ser o favorito para os torneios que disputar, condição que lhe foi poucas vezes concedida até então. Com jogos desde o dia 10 de janeiro, pela Copa Flórida, já sem três titulares da temporada (Arana, Pablo e Jô), a equipe terá de se impor sobre quem quiser ?carimbar a faixa? do campeão.

Gazeta Esportiva

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