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No Estadual, Ceará e Fortaleza só lucraram quando jogaram entre si

Nos 12 jogos no Estadual, Vovô e Leão só não tiveram déficit nos dois duelos entre si. Partidas foram suficientes para equipes fecharem disputa no azul
06:28 | Abr. 17, 2019
Autor Lucas Mota
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Lucas Mota Repórter na editoria de Esportes
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Tipo Notícia

Vale a pena jogar o Campeonato Cearense? O baixo poder de atração do Estadual tem dificultado o início de temporada dos dois maiores clubes do Estado, principalmente financeiramente. Entre os motivos, está a baixa qualidade técnica, que contribui para um campeonato com duelos apáticos e quase sempre previsíveis.

Os borderôs das partidas de Ceará e Fortaleza evidenciam uma competição deficitária. A dupla é a única com torcida de massa e integrante da elite do futebol brasileiro. Os outros oito clubes do torneio disputam as Séries C, D ou não pertencem a divisão alguma do Brasileirão. Além do Alvinegro do Porangabuçu e do Tricolor do Pici, apenas uma equipe obteve média de público acima de 800 pessoas - o Guarany de Sobral.

Somando os jogos, Vovô e Leão completaram 12 confrontos. Somente em dois jogos, as agremiações puderam levar renda aos seus cofres. E foram justamente nos confrontos entre si, o tão disputado Clássico-Rei.

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Para o presidente do Ceará, Robinson de Castro, o Estadual é competição "extremamente ultrapassada" em relação à geração de receita. "É um campeonato deficitário. Realmente precisa ser repensado comercialmente, de que forma a gente pode criar melhores condições para que ele tenha mais força comercial e conseguir melhorar as nossas verbas de transmissão, envelopar melhor esse produto", afirmou.

Apesar disso, pontua Robinson, é um torneio que não pode ser desconsiderado pela tradição. A realidade no Cearense é vivenciada em outros estados. No Paraná, o Athletico-PR deixou o Paranaense em segundo plano e o disputou com equipe de aspirantes.

"Nós já pensamos, vai chegar o momento que poderemos atuar com o sub-23 ou time alternativo, como já atuamos várias vezes. Mas é complicado por conta da cultura local, o torcedor não permite isso", explicou Robinson.

O presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, também se posicionou sobre a situação. "Sem dúvida alguma, um campeonato deficitário do poto de vista financeiro, operação de jogo. A gente não pode achar normal que em doze jogos somente os clássicos tenham público positivo E a gente não pode analisar o campeonato só pela ótica dos dois grandes clubes. Se o Fortaleza e Ceará tiveram prejuízo em seus jogos imagina as outras equipes. Isso tem que ser motivo de discussão, de debate, porque um campeonato em que os clubes não tem receita está muito errado, porque são eles que fazem o espetáculo.

Os lucros de Ceará e Fortaleza na realização de partidas ocorreram no Clássico-Rei da fase classificatória, em março, e do primeiro jogo da final do Cearense, no último domingo. As duas partidas são suficientes para que os clubes terminem o Estadual sem prejuízos, com um duelo - supostamente lucrativo - ainda a ser disputado.

O receita positiva poderia ser maior, não fossem os prejuízos em todos os jogos que Vovô e Leão tiveram contra outros adversários na competição. O Alvinegro fez quatro partidas como mandante - diante do Horizonte, Guarany, Atlético-CE e Floresta -, e acumulou déficit de R$ 167.296,44.

Nos dois clássicos, o Ceará teve superávit de R$ 244.567,01. Apesar de ser visitante nos duelos contra o maior rival até agora, a renda foi dividida com o Fortaleza.

O Tricolor fez seis jogos como mandante. Tirando os dois embates contra a agremiação do Porangabuçu, o Fortaleza teve prejuízos diante de Barbalha, Ferroviário, Floresta e Guarany-S - déficit de R$ 121.489,16. Entretanto, nos clássicos contra o Ceará lucrou R$ 235.752,09.

Restando apenas o jogo da volta da final, quando o Ceará será o mandante, o Vovô lucrou até agora R$ 77.270,57. O Fortaleza tem superávit de R$ 114.262,93.

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