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Ferroviário vive jejum de títulos há 23 anos; relembre a última taça conquistada pelo clube!

12:42 | Ago. 04, 2018
Autor Bruno Balacó
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Bruno Balacó Jornalista de esportes
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Tipo Notícia
[FOTO1] O torcedor fanático do Ferroviário de longa data certamente não esquece daquele 10 de dezembro 1995. Naquele dia, o time conquistava uma de suas grandes façanhas em mais de oito décadas de existência: o bicampeonato cearense (1994 e 1995), façanha inédita na trajetória da equipe. Para ficar com o taça, o Ferrão se envolveu em uma disputa com outras 11 equipes, que participaram do Estadual de 1995. Ao todo, o torneio se desenolveu em três turnos: o Icasa venceu o primeiro e o Ferroviário foi vitorioso nos dois seguintes. As duas equipes chegaram, portanto, à finalissima do Campeonato, em jogo único realizado no estádio Presidente Vargas. 

Dono da melhor campanha, o Tubarão da Barra entrou em campo precisando apenas de um empate para ser campeão. E foi isso que aconteceu. Na finalíssima, o Ferrão segurou o 0x0 com o Verdão do Cariri para fazer a festa da torcida coral, que invandiu o campo para festejar com os jogadores. O Ferroviário era treinado na época por Ramon Ramos e tinha o atacante Robério em grande fase (ele marcou 26 gols no Campeonato e foi o grande artilheiro do certame). O time também tinha nomes com o goleiro Jorge Luiz, o lateral João Marcelo, os meio-campistas Paulo Adriano e Acássio, além do atacante Reginaldo.  

Em meio à euforia pela comemoração do Bi, uma promessa: a de que o time lutaria pelo tricampeonato, algo que acabou não se confirmando. Pior que isso. O Ferrão iniciaria ali um jejum de mais de duas décadas sem títulos. O jejum que já dura 23 anos, mas que pode acabar neste sábado (4), em que o time pode ser campeão da Série D do Campeonato Brasileiro. No primeiro jogo da final, o Ferrão venceu o Treze-PB por 3 a 0, na Arena Castleão. Agora, pode até perder por dois gols de diferença, que ainda assim saí do estádio Amigão, em Campina Grande, com a taça nas mãos. 

INÍCIO DO JEJUM

De forma gradual, a partir de 1995, o Ferroviário começou a afundar numa grave crise política e administrativa. Para o historiador Airton de Farias, a saída de Clóvis Dias da presidência do clube, no final de 1997, foi um marco para a derrocada coral. “O Clóvis ficou muito em evidência após a conquista do bicampeonato. Ele formava times bons e baratos e se tornou muito influente. Isso gerou ciumeira nos outros cartolas da equipe, que não concordavam com o estilo de gestão dele”.

Apesar de lampejos, como a campanha que quase levou o time à Série B do Brasileiro em 2006, com direto a goleada histórica de 7 a 2 sobre Bahia, a equipe acumulou frustrações ano após ano. E conviveu com seguidos problemas de gestão, como destaca o pesquisador da história coral, Evandro Ferreira Gomes. “O grande problema do Ferroviário foi e é a falta de estabilidade interna. Depois da saída do Clóvis, foi gestão atrás de gestão, projetos que não vingavam. Teve ainda o fim da Rffsa (Rede Ferroviária Federal S.A), que cortou os repasses ao clube, e a Lei Pelé, que deu passe livre aos atletas. O Ferroviário não soube ser administrado naquela situação”, explica o autor do Almanaque do Ferrão.

A REDENÇÃO 
 
Em 2014, o Ferroviário escreveu uma das páginas mais tristes de sua história. Após uma campanha irregular e marcada por derrotas vexatórias, o Tubarão da Barra acabou rebaixado para a 2ª Divisão do Campeonato Cearense. Foram dois anos seguidos na Série B Estadual. O destino reservava ao time disputar a divisão de acesso em 2017, mas uma desistência do Alto Santo abriu uma brecha para o Ferrão ser promovido e herdar um posto na elite do futebol local. Chance muito bem aproveitada.
 
Mesmo sem holofotes e com elenco modesto, o time, inicialmente comandado por Marcelo Vilar e depois guiado por Vladimir de Jesus, surpreendeu ao eliminar o Fortaleza na semifinal e disputar a finalíssima do torneio, contra o Ceará. Acabou ficando com o vice, mas a campeão valeu ao time uma vaga na Copa do Nordeste, na Copa do Brasil e na Série D do Campeonato Brasileiro. 

 

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