Guto diz não entender demissão do Ceará e revela que "ouvia" sobre comparação a Vojvoda

Ex-treinador do Vovô prega respeito à decisão do clube, mas questiona motivo, descarta problemas internos e vê pressão na diretoria devido ao desempenho do rival Fortaleza

Pouco mais de duas semanas depois da saída do comando do Ceará, o técnico Guto Ferreira disse não ter entendido o motivo para a demissão, citou as manifestações dos jogadores para descartar qualquer problema interno com o elenco e revelou que "ouvia" comparações ao trabalho de Juan Pablo Vojvoda, treinador do arquirrival Fortaleza.

O Alvinegro anunciou o fim da relação com Guto no último dia 29 de agosto, após a derrota por 2 a 0 para o América-MG, pela Série A. A diretoria do clube entendia que era o momento para uma troca no cargo diante da sequência de quatro jogos sem vencer na tentativa de mexer no ambiente e dar nova cara à equipe, que se notabilizou pelo modelo reativo.

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"Eu também gostaria (de entender), até agora estou procurando também. Mas chegou um momento em que nessa ânsia do presidente de tentar solucionar da melhor maneira possível, ele optou por uma mudança, de repente trazendo uma outra peça, como aconteceu... Uma coisa que a gente ouvia em alguns momentos, ali dentro, era que o nosso rival tinha um plantel que não vinha dando liga, chegou o Vojvoda e conseguiu dar liga com os mesmos jogadores. Não foi bem assim, porque chegou o Titi, o Robson, alguns jogadores que agregaram à equipe. Mas também teve o crescimento. Daqui a pouco essa ideia ficou martelando na cabeça dele (Robinson de Castro), teve ter tido algum tipo de pressão externa que acabou fazendo com que ele tomasse a decisão", relatou o treinador em entrevista à Rádio Bandeirantes.

"Agora, volto a falar: decisão muito respeitada. Não tenho nada para reclamar nesse momento. E eu torço para que o Tiago (Nunes) possa conseguir oferecer ao grupo e ao clube aquilo que a gente não conseguiu, porque é um clube organizado. Existe um trabalho e uma mentalidade diferente. Acertar e errar nos nossos trabalhos, dentro das tomadas de decisão, sempre vai acontecer. Não é porque eu fui demitido que vou torcer contra, muito pelo contrário. Torço para o sucesso dele. Vida que segue. Vamos procurar um outro projeto para que a gente consiga, da melhor maneira possível, desenvolver o trabalho. Também estou aqui, dia após dia, estudando, vendo o que faltou, o que eu podia melhorar, analisando se eu não consegui dar mais por culpa da minha metodologia, da minha maneira de gerir ou se faltou alguma coisa externa, de que maneira eu teria que cobrar... Enfim, o treinador também faz toda essa autoavaliação para que a postura, nos próximos projetos, possa colher os resultados", completou.

Substituído por Tiago Nunes no comando do Vovô, Guto Ferreira contou que recebeu diversas mensagens de atletas após a saída, ponderou que a solução dos clubes nos momentos negativos é trocar de treinador e afirmou que o único jogador do elenco que estava fora dos planos era o atacante Yony González em razão do desempenho nos jogos.

"Na hora que a coisa aperta e não existem justificativas, para onde você vai, qual é sempre a resposta? Sempre vai cair na conta do treinador. Se eu mostrar a quantidade de mensagens que recebi do plantel, praticamente o plantel todo. Agora, existe um ou outro jogador que não agregou, não trouxe retorno e, lógico, momentaneamente esse jogador estava sendo usado da maneira que deveria porque não estava tendo o rendimento que deveria. Se isso é perder o vestiário e foi opção deles, então sigam com os jogadores", destacou.

"Em momento algum eu deixei jogador afastado ou deixei de utilizar, com exceção do Yony González, que não rendeu nada desde que chegou e pediu para sair por isso, porque não vinha sendo aproveitado. Foi o único jogador que pediu para sair. A quantidade de oportunidades que ele tinha era de acordo com o rendimento dele e à medida que ele pediu para sair, nós, em comum acordo com a direção, deixamos de utilizá-lo. Aí surgiram clubes para ele ir, e ele não quis ir. Não teve nenhum tipo de briga, ele foi respeitado e estava treinando sempre, mas à medida que pediu para sair, não estava comprometido com a gente e deixou de ser aproveitado em comum acordo com a direção", explicou o treinador.

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