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Fortaleza, Federação e Sindicato dos Jornalistas se solidarizam com repórter do Ceará que foi agredida

14:56 | Abr. 30, 2018
Autor Bruno Balacó
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Bruno Balacó Jornalista de esportes
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Tipo Notícia

[FOTO1] Cresce a cada instante a corrente de solidariedade para a jornalista Mari Rios, repórter da Vozão TV e funcionária do Ceará Sporting, que sofreu agressão física e verbal durante o jogo entre Ceará x Flamengo, realizado neste domingo (29) na Arena Castelão. Além do apoio recebido pelo time alvinegro e das centenas postadas por internautas em redes sociais, clubes e entidades também se solidarizaram com a jornalista.

Em seu site oficial, o Fortaleza, arquirrival do Ceará, publicou Nota de Repúdio, em que se "solidariza e lamenta o ocorrido" com a repórter e reforça ainda que torce  para "providências sejam tomadas e que fatos como esses não se repitam".

 

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Já a Federação Cearense de Futebol (FCF) publicou Nota de Solidariedade. "A FCF repudia todos os atos de violência, seja ela física ou verbal, e reitera seu apoio às causas que promovam a paz nos estádios e que sejam contra qualquer tipo de preconceito", diz o texto postado no site da entidade.

Quem também se manifestou em favor de Mari Rios foi o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ). "O Sindjorce e a FENAJ condenam qualquer ato de violência contra jornalistas e demais trabalhadores, sejam agressões vindas de autoridades ou de populares, seja o abuso físico ou moral. Ao mesmo tempo, as entidades cobram do Ceará Sporting Club a apuração e punição dos agressores de Mari Rios", diz a nota.  

 

Outra entidade jornalística divulgou nota foi a Associação Cearense de Imprensa (ACI). 

 

Tanto a Federação quanto o Sindjorce utilizaram a hastag #DeixaElaTrabalhar em seus textos, para lembrar a campanha recém criada por mulheres jornalistas que atuam no Esporte para combater todo tipo de preconceito e abuso sofrido por elas no exercício da profissão.

Confira a Nota de Repúdio do Fortaleza:

O Fortaleza Esporte Clube, através de sua Diretoria e Assessoria de Comunicação, se solidariza e lamenta o ocorrido com a repórter da TV do Ceará, Mari Rios. Que providências sejam tomadas e que fatos como esses não se repitam.

Confira a Nota de Solidariedade da Federação Cearense de Futebol:

A Federação Cearense de Futebol vem, por meio desta nota, solidarizar-se com Mari Rios, repórter da TV Vozão e funcionária do Ceará Sporting Club.

Na partida deste domingo, 29 de abril, a repórter, nas dependências da Arena Castelão, foi agredida física e verbalmente por torcedores.

A FCF repudia todos os atos de violência, seja ela física ou verbal, e reitera seu apoio às causas que promovam a paz nos estádios e que sejam contra qualquer tipo de preconceito.

A FCF é uma entidade que entende a importância da mulher em todos os segmentos da sociedade e também no futebol. Por esta razão, mantém em seu quadro de funcionários um grande número de mulheres, além de incentivar e promover campeonatos femininos, cursos e especializações de arbitragem para mulheres.

Desta forma, fica a solidariedade desta Federação e todo futebol cearense para com a repórter Mari Rios, bem como a todas as mulheres que trabalham no futebol, pois este deve ser um ambiente plural e democrático para todos trabalharem com a tranquilidade e o respeito que merecem.

#DeixaElaTrabalhar


Confira a Nota de Repúdio do Sindicato dos Jornalistas:

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) vêm a público repudiar a atitude de torcedores do Ceará Sporting Club, que agrediram física e moralmente a jornalista Mari Rios, repórter da TV Vozão, durante  partida entre o time alvinegro cearense e o Flamengo, no domingo, dia 28 de abril.

Segundo relato da jornalista, ela foi agredida com “apertos no braço, dedo na cara e xingamentos de baixo calão”, na Arena Castelão, na partida que terminou com vitória da equipe do Rio de Janeiro por 3 a 0. “Sabe o pior? Tive que me calar!”, escreveu a jornalista em uma rede social. E encerrou com um apelo. “Torcedor, conviva com as derrotas e mais ainda respeite nós mulheres que trabalhamos no futebol”.

Infelizmente, a agressão a Mari Rios soma-se à estatística vergonhosa de ato machista e covarde contra mulheres profissionais de imprensa no esporte. Essa prática preconceituosa ao trabalho das mulheres no jornalismo esportivo está se tornando um hábito nefasto, que fere o direito à informação e espelha o ódio e o desrespeito cada vez mais presentes em determinados segmentos da sociedade.

Em março deste ano, mulheres jornalistas lançaram a campanha “Deixa ela trabalhar”, na qual denunciaram casos de assédio e violência contra as profissionais do jornalismo esportivo. As denúncias vieram com um pedido de respeito ao trabalho desempenhado e que não pode ser alvo de intimidações pelo simples fato de ser exercido por mulheres.

Segundo o Relatório de Violência e Liberdade de Imprensa da FENAJ, em 2017, pelo menos 30 mulheres jornalistas (23,08% do total de casos) foram vítimas de algum tipo de agressão. Embora sejam maioria na categoria, as mulheres ainda têm menos oportunidades de trabalho em cargos de chefia e ganham menos que os homens. São, ainda, vítimas de assédios moral e sexual. Por isso, as mulheres jornalistas permanecem em luta contra a opressão, a violência, a misoginia, o racismo e o sexismo.

O Sindjorce e a FENAJ condenam qualquer ato de violência contra jornalistas e demais trabalhadores, sejam agressões vindas de autoridades ou de populares, seja o abuso físico ou moral. Ao mesmo tempo, as entidades cobram do Ceará Sporting Club a apuração e punição dos agressores de Mari Rios.

 

Confira a Nota da ACI:

 

A Associação Cearense de Imprensa (ACI) manifesta sua solidariedade à jornalista Mari Rios, que atua profissionalmente na TV Vozão, emissora oficial do time do Ceará, vítima de agressões físicas e morais por parte de torcedores durante a partida entre o time e o Flamengo, no último domingo (29/04), em Fortaleza.

Entendemos que é momento de repudiar atitudes como esta, que, para além de cercear o trabalho da profissional, a afetam pelo conteúdo machista presente nas abordagens feitas a Mari Rios. Cobramos ainda dos órgãos de segurança pública medidas de punição efetiva e exemplar aos agressores.

Fortaleza, 30 de abril de 2018

Diretoria da ACI

 

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