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Segunda fase do Cearense, que será suspensa, já gerou prejuízo de R$ 236 mil aos clubes

Ceará e Fortaleza foram os que tiveram o maior déficit, mas com ressalvas. Segundo especialista em marketing esportivo, clubes pequenos seriam os mais prejudicados caso houvesse paralisação
10:12 | Mar. 17, 2020
Autor Vinícius França
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Vinícius França Repórter de Esportes do O POVO
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Tipo Notícia

Atualizada às 11h21min

Em meio à pandemia mundial do novo coronavírus, os clubes participantes da segunda fase do Campeonato Cearense voltaram atrás sobre continuar o torneio até o fim da segunda fase com portões fechados. O torneio será suspenso para diminuir os riscos de transmissão do Covid-19. Só nesta fase do Estadual, as equipes já tiveram um prejuízo acumulado de R$ 236.432,44. Os números são de levantamento do jornalista Luca Laprovitera.

De longe, o mais prejudicado foi o Ceará. O Vovô, que disputou cinco partidas nesta etapa do Cearense, soma um déficit de R$ 122.533,43, enquanto o Fortaleza vem logo em seguida, com R$ 99.398,88. As únicas equipes que tiveram lucro foram Atlético-CE, com R$ 2.559,25, e Caucaia, que embolsou R$ 58.930,59. O faturamento da Raposa Metropolitana se deve muito ao jogo contra o Fortaleza, no estádio Presidente Vargas, que gerou renda líquida de R$ 61.373,13.

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É importante frisar, no entanto, que os prejuízos de Ceará e Fortaleza também se devem muito à quantidade de sócios-torcedores que entram em cada jogo. No borderô, cada torcedor oficial é computado como se tivesse pago R$ 1 para entrar no estádio, mas esse número só é usado para fins burocráticos. Ou seja, o déficit de Vovô e Leão é mais significativo no “dia de evento”, já que os sócios geram uma receita recorrente a cada mês que compensa essas perdas.

Nos boletins financeiros divulgados após cada partida, também estão anotados o quanto a Federação Cearense de Futebol (FCF) e a Associação Profissional dos Cronistas Desportivos do Estado do Ceará (APCDEC) embolsam com as taxas de 8% e 1 %, respectivamente, cobrados sobre a renda bruta. A FCF faturou R$ 37.379,19. Já a APCDEC embolsou R$ 4.660,68. Nos jogos sem torcida, nenhuma das duas entidades pode cobrar a taxa, já que não há renda alguma.

No domingo, 15, antes mesmo dos clubes decidirem prosseguir a segunda fase do Estadual com portões fechados, o Pacajus já disputou a primeira partida sem presença de torcida. Na derrota por 1 a 0 para o Ferroviário, o Cacique do Vale do Caju teve prejuízo de 13.854,47. As três maiores despesas foram com transporte e hospedagem da arbitragem, “outras despesas” (não especificadas no borderô) e com a remuneração dos árbitros, auxiliares e fiscais, nos valores de R$ 7.833,52, R$ 3.505,00 e R$ 2.322,10.

As diretorias de Ceará e Fortaleza sabem que as partidas do Estadual são deficitárias e se planejam pra isso. O problema é que o mesmo não acontece com as demais equipes do Estadual. Executivo comercial e especialista em marketing esportivo, Ricardo Lima ajuda a entender por que os clubes votaram para que o torneio continuasse: “O prejuízo será maior com a paralisação do campeonato. Esses clubes menores que se planejaram para um campeonato de duração menor não têm como arcar com despesas salariais de atletas e funcionários”.

Ricardo defende que o Cearense seja realizado com portões fechados para que os times considerados “menores” não sejam tão prejudicadas financeiramente, mas com cuidados: “O ideal é a continuação do campeonato, já que as receitas adquiridas de clubes de menor porte em estádio é menor que de um clube de maior porte. Caso exista um mecanismo de prevenção para que assim exista uma preservação da saúde do atleta e funcionários que cuidam operação do jogo, os campeonatos devem continuar”.

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