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"Futebol masculino dá dinheiro; o feminino, custos", diz secretária-geral da Fifa

Copa do Mundo Feminina começa no dia 7 de junho deste ano
18:34 | Fev. 07, 2019
Autor O Povo
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Tipo Notícia

Em conferência organizada na cidade de Paris, a secretária-geral da Fifa, Fatma Samoura, falou sobre a expectativa em torno da Copa do Mundo Feminina, que terá início no dia 7 de junho e será sediada na França. No evento, a representante da entidade comentou sobre as dificuldades de organizar financeiramente os torneios femininos e disse que, no momento, estes campeonatos são deficitários.

“Hoje, o futebol masculino dá dinheiro; o feminino, custos, o futebol feminino deve dar dinheiro e dar dinheiro”, disse a secretária-geral da Fifa, Fatma Samoura, durante a conferência. “Só lamento uma coisa: os dirigentes homens não enxergam esse tesouro na frente deles, que pede para ser explorado”, insistiu.

Analisando os investimentos pela Fifa em torneios, a entidade dedicou 400 milhões de dólares (cerca de R$ 1,5 bilhão) à Copa do Mundo masculina de 2018, na Rússia. Segundo a secretária-geral, o torneio feminino deste ano teve o orçamento de 30 milhões de dólares (R$ 111,6 milhões). Mesmo o valor sendo muito inferior quando comparado ao masculino, já representa o dobro do investimento feito na competição em 2015.

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“A Copa do Mundo Feminina é hoje comercializada como um subproduto do masculino”, reconheceu. Além disso, ela falou sobre a diferença abissal entre os direitos televisivos do futebol jogado por homens e mulheres. “Apenas cerca de 1% chega ao futebol feminino. É inaceitável. É um escândalo no século XXI. É preciso dizê-lo assim”, acrescentou.

Apesar de tudo, Fatma Samoura mostrou confiança no que diz respeito ao grande impacto social que o Mundial de 2019 pode causar entre os jovens e também no aumento da quantidade de profissionais mulheres atuando nas instâncias de futebol da entidade.

“Dos 700 funcionários da Fifa, mais de 320 são mulheres hoje em dia. (…) Em outubro passado, lançamos pela primeira vez uma estratégia para o futebol feminino”, afirmou, antes de insistir em que “é um degrau que devemos subir em todos os níveis”.

Outro projeto em grande escala da Fifa é aumentar o número de mulheres que praticam futebol pelo mundo. O objetivo é que, até 2026, 60 milhões de mulheres pratiquem o esporte.

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