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Zico, Platini e Cruyff: craques sem títulos também marcam a Copa

Zico, Leônidas da Silva, Falcão, Platini, Eusébio e Cruyff são exemplos de craques que brilharam intensamente nos campos de todo mundo. Jogadores consagrados, eles conquistaram muitos títulos nacionais e internacionais pelos seus clubes. E, na sua época, foram destaques absolutos das suas seleções. Só que o destino foi ingrato com esses jogadores que carregam nas [?]
09:15 | Jun. 17, 2018
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Zico, Leônidas da Silva, Falcão, Platini, Eusébio e Cruyff são exemplos de craques que brilharam intensamente nos campos de todo mundo. Jogadores consagrados, eles conquistaram muitos títulos nacionais e internacionais pelos seus clubes. E, na sua época, foram destaques absolutos das suas seleções. Só que o destino foi ingrato com esses jogadores que carregam nas costas o peso de nunca terem conquistado uma Copa do Mundo, troféu maior para os profissionais de futebol.

O mundo esportivo já viu seleções de grande qualidade técnica como as do Brasil de 1950 e 1982, a Hungria de 1954 e a Holanda de 1974, todas formadas por jogadores de grande talento, mas que não levaram sorte nas copas, perdendo para equipes de menor capacidade técnica, mas de maior competência na hora da decisão.

Em contrapartida, outros jogadores sem o mesmo talento tiveram a felicidade de participar de uma equipe vencedora. O futebol brasileiro é pródigo nesses exemplos. Em cada time que conquistou uma Copa do Mundo havia pelo menos um jogador de técnica contestada que teve a felicidade de ser campeão.

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O lateral-direito De Sordi, em 1958, os zagueiros Jurandir, em 1962, e Fontana, em 1970, eram exemplos de jogadores que sempre causaram desconfiança por onde passaram. O técnico Carlos Alberto Parreira recebeu muitas críticas por conta da convocação e escalação do meia Paulo Sérgio na Copa de 1994. Na Copa de 2002 havia muita gente que não engolia Belletti. Eles são representantes de um grupo de talento sempre questionado, mas que conquistou o título de campeão do mundo que muitos craques consagrados gostariam de ter.

Frustração brasileira

País com maior número de títulos e, consequentemente, de jogadores campeões mundiais, o Brasil conta com craques consagrados como Pelé, Garrincha, Didi, Gérson, Romário, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho, que integram a galeria dos campeões do mundo. Já outros craques brasileiros reconhecidos nacional e internacionalmente não podem ostentar esta glória em seus currículos e até hoje se sentem frustrados por não terem conquistado o campeonato mundial de seleções.

A lista de craques maltratados pelo destino em termos de Copa do Mundo tem início com Leônidas da Silva, o Diamante Negro, inventor da bicicleta, que jogou as copas de 1934 e 1938. Ele chegou a ser artilheiro em 1938 e deslumbrou o mundo. E ainda foi prejudicado pela ausência de copas entre 1938 e 1950, quando estava no melhor da sua forma.

A trágica derrota de 1950 deixou alguns dos maiores jogadores da história do Brasil sem o título e carregando o peso do fracasso nas costas pelo resto das suas vidas. Zizinho, Danilo, Jair e Ademir entraram como heróis naquele 16 de julho e saíram como vilões após a surpreendente derrota para o Uruguai.

A geração de 1982, dirigida pelo mestre Telê Santana e repleta de craques, também não conseguiu realizar o sonho de ser campeã do mundo. Jogadores como Zico, Falcão, Sócrates, Júnior e Leandro mereciam melhor sorte no Mundial da Espanha, mas pararam na Itália de Paolo Rossi nas quartas de final.

Zico tornou-se o maior símbolo da geração de heróis sem títulos mundiais. O Galinho de Quintino também disputou a Copa de 1978, mas acabou perdendo a vaga para Jorge Mendonça. Em 1986, viajou para o México em precárias condições físicas e sofreu a maior decepção da sua extraordinária carreira ao desperdiçar o pênalti no tempo normal contra a França, no seu último jogo em Copas. O Brasil acabou eliminado, e Zico encerrou sua carreira na Seleção sem conquistar o título que sua carreira merecia.

Zico conquistou muitas glórias pelo Flamengo, inclusive o título mundial de clubes, mas a frustração pelas copas perdidas nunca o abandonou. Sócrates e Júnior jogaram em 1982 e tiveram uma segunda chance em 1986. Falcão, o Rei de Roma, foi ao México, mas ficou na reserva.

Apesar da frustração, Zico garante que essa não é uma de suas mágoas no futebol. ?Perder ou ganhar faz parte da disputa e Copa do Mundo. É uma disputa. Joguei e não ganhei. Fiquei mais magoado, por exemplo, de nunca ter disputado os Jogos Olímpicos, pois tive chance e não fui por questões políticas. Perder dentro de campo faz parte do jogo?, resignou-se.

Estrangeiros frustrados

Johan Cruiyff foi o melhor de um time considerável imbatível, mas nem seu talento foi capaz de fazer a Holanda ganhar o título em 74. Ele acabou derrotado na final por uma aplicada Alemanha. O francês Michel Platini, em 1982 e 1986, o húngaro Puskas, em 1954, o português Eusébio, em 1966, também são exemplos de craques que conquistaram o mundo, mas que nunca tiveram o orgulho de erguer uma taça do mundo.

Alguns grandes jogadores nem tiveram a chance de disputar uma Copa do Mundo. Ídolo de duas nações, Di Stefano não disputou um Mundial pela Argentina, seu país-natal. Na década de 40, foi prejudicado pela paralisação da competição devido à Segunda Guerra Mundial. Na década de 50, se transformou no maior ídolo da história do Real Madrid. Naturalizou-se espanhol e foi convocado para defender a Fúria em 1962. Mas, machucado, não disputou um jogo sequer no Chile.

Agora será a vez de outros craques tentarem conquistar um título mundial, garantindo desde já que jamais integrarão esse seleto grupo, de craques sem Copas. Lionel Messi, Neymar e Cristiano Ronaldo, por exemplo, ainda podem mudar suas histórias. Será na Rússia?

Gazeta Esportiva

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