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Brasileirão: uma máquina de moer técnicos

Foram 11 treinadores demitidos em apenas 16 rodadas. Como mudar essa cultura?
16:44 | Out. 16, 2020
Autor O Povo
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Tipo Analise

A pandemia atrapalhou o trabalho de todos os clubes do mundo. Não só pela repentina e inesperada paralisação da temporada. O problema maior veio depois: muitas competições encavaladas, um jogo atrás do outro, pouquíssimo tempo para descanso e treinamento, jogadores e mais jogadores testando positivo para a Covid-19 e desfalcando o time. Uma lista enorme de obstáculos que os treinadores estão precisando enfrentar. Mas isso não parece amolecer os corações dos dirigentes brasileiros.

Vanderlei Luxemburgo caiu no dia 14 de outubro. Deixou o Palmeiras, um dos favoritos em todas as casas de apostas esportivas online, de acordo com a Betway, 9 pontos atrás do líder. Foi o 11º técnico da série A do Campeonato Brasileiro demitido em apenas 16 rodadas. O número é assustador.

E alguns clubes capricham na falta de planejamento e paciência. O torneio nem chegou na metade e o Goiás já demitiu dois comandantes: Ney Franco e Thiago Larghi. Dorival Júnior foi dispensado depois de 4 derrotas seguidas do Athletico-PR, mas em 3 delas o treinador não pôde sequer ficar no banco porque havia testado positivo para a Covid-19.

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Usando a Premier League, para muitos o melhor torneio de futebol de mundo, para mostrar como os números no Brasil são inaceitáveis: em toda a temporada passada, apenas 7 técnicos foram dispensados. A discrepância em relação ao Brasileirão seria ainda maior não fosse o Watford, responsável por 3 demissões.

Claro que na Inglaterra os clubes têm mais dinheiro, mais jogadores de qualidade, mas parece óbvio que o bom futebol apresentado por lá também passa pela continuidade dos treinadores no cargo: “Futebol é feito por duas bases. A primeira é estabelecer o conceito de jogo, a segunda é ter tempo para trabalhar”, diz Thiago Larghi, demitido pelo Goiás depois de apenas 38 dias no cargo, e outro que passou um tempo afastado por ter testado positivo.

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Tempo de trabalho. Está aí uma base que os dirigentes de clubes brasileiros não têm. E, se continuar nesse ritmo, o ano da pandemia será lembrado também como a temporada que teve o maior número de treinadores demitidos no Campeonato Brasileiro. É inacreditável.

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