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Em meio à torcida, jogadoras cearenses celebram apoio ao futebol feminino

Atletas profissionais do Ceará e do Fortaleza assistiram a derrota do Brasil em bar da Capital
20:48 | Jun. 13, 2019
Autor Wanderson Trindade
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Wanderson Trindade Repórter
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Tipo Notícia

Reunidas para assistir ao jogo entre Brasil e Austrália a torcida brasileira experimentou cervejas, petiscos, e também viu a euforia transformar-se em irritação em pouco mais de 90 minutos. Na derrota de virada sofrida na tarde de ontem, a seleção brasileira teve em Montpellier, na França, a estreia de Marta. Já no bar Mambembe, na Praia de Iracema, a Canarinho teve o apoio de jogadoras das equipes femininas de Ceará e Fortaleza.

Com a bola rolando, os olhos dos torcedores ficaram vidrados no telão que transmitia a partida. Gritada e comemorada, Marta também teve o nome lido nas camisas de inúmeras pessoas, que estampavam no peito ainda a artilheira Cristiane e a polivalente Formiga.

No bar fortalezense ouviam-se xingamentos e reclamações durante os ataques da Austrália, ao passo que gestos eram arremessados ao ar e palavras de apoio esbravejadas quando a seleção avançava com a bola. A inquietude da torcida deu lugar à comemoração depois de Marta e Cristiane balançarem as redes, colocando o Brasil à frente no marcador. O resultado, porém, não perdurou até o apito final. A Austrália venceu de virada, por 3 a 2.

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O que o placar não mostrou, porém, foi o misto de emoções vivido pela torcida brasileira na Praia de Iracema — majoritariamente formada por mulheres. Em meio às torcedoras, um trio de jogadoras de Ceará e Fortaleza acompanhou a peleja. Juntas na torcida pela equipe de Marta, elas festejaram o inédito apoio prestado ao futebol feminino.

"Para mim, isso representa um sonho se tornando realidade, dada a situação do futebol feminino no Brasil. Ver jogos transmitidos em TV aberta é de extrema felicidade", declarou Juliana Oliveira, meio-campista do Ceará. Com 20 anos, ela já vestiu a amarelinha nas categorias de base, mas mantém no peito a esperança de representar o País no profissional. "Tudo em seu tempo", almejou.

Com igual esperança sobre o futuro, a meia do Fortaleza Williana Souza afirmou entre seus sonhos está a possibilidade de jogar junto às atuais protagonistas da seleção. "Mas provavelmente elas vão encerrar a carreira antes de eu chegar lá", ponderou a jovem de 23 anos. Em discurso firme, a jogadora disse que o apoio obtido pelo futebol feminino é merecido. "Os homens já são vistos o tempo todo. Agora é a nossa vez de aparecer", enfatizou.

Na mesma linha, a atacante tricolor Elizete Araújo, de 41 anos, celebrou a visibilidade obtida com as transmissões em TVs abertas do Brasil. "Por incrível que pareça, pela primeira vez o futebol feminino está se sentindo verdadeiramente assistido pelo seu povo", mencionou.

Isso se explica, segundo a torcedora Jéssica Teixeira, devido ao comparativo feito com a seleção masculina. "Ao passo que a seleção masculina vem decaindo, enquanto jogadores vêm decepcionando, vemos hoje um time feminino cheio de fortalezas. Eu assisto ao jogo e em poucos minutos meu coração já está saindo pela boca, coisa que há muito tempo não acontece com a seleção masculina", exemplificou.

"Acho que essa comoção em torno da seleção feminina é algo histórico por tudo o que o Brasil vem passando. Então se manter forte para dar visibilidade à Copa Feminina é muito marcante", pontuou.

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