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Virada épica! Lanús despacha o River e vai à final da Libertadores

São 102 anos de uma história sofrida, de superação e luta para fazer frente aos grandes times da Argentina. A final de Copa Libertadores da América talvez fosse uma utopia dos mais fanáticos, mas o futebol guarda momentos para todos e não faz distinção de classe. Na noite dessa terça-feira, no estádio La Fortaleza, o [?]
23:30 | Out. 31, 2017
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São 102 anos de uma história sofrida, de superação e luta para fazer frente aos grandes times da Argentina. A final de Copa Libertadores da América talvez fosse uma utopia dos mais fanáticos, mas o futebol guarda momentos para todos e não faz distinção de classe. Na noite dessa terça-feira, no estádio La Fortaleza, o Lanús fez história não só por eliminar o River Plate e se garantir na decisão da principal competição continental das Américas, mas também por alcançar tal feito com uma virada de cinema. Após sofrer o revés por 1 a 0 no duelo de ida, no Monumental de Nuñez, ?o maior time de bairro do mundo?, como o próprio clube se intitula, chegou a levar dois gols dos Millonarios antes de arrancar rumo à virada por 4 a 2.

O gol que sacramentou o resultado suficiente para o Lanús também não foi um lance qualquer. Pela primeira vez na história da Libertadores, o árbitro Wilmar Roldán solicitou o árbitro de vídeo para definir uma dúvida. Após a consulta, o colombiano voltou atrás de sua marcação e assinalou pênalti de Montiel em Psquini. Um puxão de camisa que passaria despercebido e acabou culminando no gol de Alejandro Silva, que ainda teve calma para uma cobrança mansa, no meio do gol.

Antes de toda uma festa inimaginável até então, o River Plate se mostrou senhor do jogo. Entrou em campo com a pose de um tricampeão e logo abriu 2 a 0 no placar. Primeiro, Braghieri cometeu uma penalidade infantil em Macho Fernández e Ignacio Scocco cobrou para chegar ao seu nono gol nessa Libertadores.

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Pouco depois, cobrança de falta na área e Gonzalo Montiel aproveitou bem o rebote do goleiro Andrada. Os jogadores do River comemoravam cientes da larga vantagem que estavam conquistando na casa do adversário. Afinal, com pouco mais de 65 minutos a serem jogados, o modesto e valente time do Lanús teria de marcar quatro gols.

O primeiro deles, no entando, veio na última jogada antes do intervalo. José Sand fuzilou Lux e diminuiu. Mas o centroavante e ídolo local colocou fogo no jogo quando voltou a balanças as redes com apenas 40 segundos do segundo tempo, depois de uma desatenção da defesa visitante, típico de quem se acomoda em uma condição tão favorável.

Ainda faltam dois gols. Possível, mas difícil. Sem nada a perder, o Lanús partiu para a pressão. E o mais surpreendente é que não demorou para a atitude suicida dar resultado. Aos 16, Lautaro Acosta virou o jogo ao completar cruzamento de Alejandro Silva. La Fortaleza pulsava de emoção a essa altura.

E o River Plate, apesar da sua camisa pesada, se viu em papéis invertidos. Os comandados de Marcelo Gallardo pareciam atordoados em campo e sem reação por medo do que viria. Dessa forma, o que ninguém imaginava aconteceu ainda aos 21 minutos.

A tecnologia chegou no momento mais oportuno para o Lanús. Wilmar Roldán já sinaliza tiro de meta quando foi pressionado pelos jogadores a rever o lance fora da bola. Sem uma definição do árbitro de vídeo, o colombiano se dirigiu ao monitor e tirou suas dúvidas. Pênalti marcado. Coube a Alejandro Silva marcar talvez o gol mais importante da história do Lanús. E o atacante não decepcionou.

Como não podia deixar de ser, como num belo filme de drama argentino, o River Plate foi à luta novamente e por pouco não frustrou toda a épica história do Lanús. Pinola acertou a trave, Andrada fez duas defesas sensacionais e o apito final veio apenas aos 50 minutos do segundo tempo. À partir daí só se viu choro, abraços e uma comemoração alucinada de um lado, enquanto os Millonarios ainda tentavam acreditar e entender como foram eliminados dessa semifinal de Libertadores depois de ter a vaga nas mãos.

Resta agora saber se o Grêmio não cairá na mesma armadilha. Os gaúchos abriram 3 a 0 sobre o Barcelona-EQU e jogarão em casa nessa quarta-feira para confirmar o favoritismo. Independente de quem passar, o Lanús estará esperando.

FICHA TÉCNICA

LANÚS-ARG 4 X 2 RIVER PLATE-ARG

Local: Estádio Ciudad de Lanús (La Fortaleza), em Lanús (Argentina)

Data: 31 de outubro de 2017 (Terça-feira)

Horário: 22h15(de Brasília)

Árbitro: Wilmar Roldán (Colômbia)

Assistentes: Alexander Guzman (COL) Cristian De La Cruz (COL)

4º Árbitro: Victor Carrillo (PER)

VAR: Andres Cunha (URU)

VAR 1: Gery Vargas (BOL)

VAR 2: Nicolás Tarán (URU)

Cartões amarelos: Diego Braghieri, Román Martínez (Lanús); Jonatan Maidana, Ariel Rojas, Ignacio Fernández, Gonzalo Montiel (River Plate)

Cartão vermelho: Ignacio Fernández (River Plate)

GOLS:

Lanús: José Sand, aso 45 minutos do 1T e aos 40 segundos do 2T. Lautaro Acosta, aos 16, e Alejandro Silva, aos 23 minutos do 2T.

River Plate: Ignacio Scocco, aos 17, e Gonzalo Montiel, aos 22 minutos do 1T

LANÚS: Esteban Andrada; José Luis Gómez, Rolando García Guerreño, Diego Braghieri e Maximiliano Velázquez (Zurbriggen); Román Martínez (Leandro Maciel), Iván Marcone e Nicolás Pasquini; Alejandro Silva (Nicolás Aguirre), José Sand e Lautaro Acosta

Técnico: Jorge Almirón

RIVER PLATE: German Lux, Gonzalo Montiel, Jonatan Maidana, Javier Pinola e Milton Casco; Ignacio Fernández, Leonardo Ponzio, Enzo Pérez (Auzqui) e Ariel Rojas (De la Cruz); Pity Martínez e Ignacio Scocco

Técnico: Marcelo Gallardo

Gazeta Esportiva

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