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ONDE PRATICAR | Espaços em Fortaleza e Região Metropolitana oferecem condições para a prática esportiva para pessoas com deficiência. Associações se destacam na condução de treinos
01:30 | Set. 27, 2019
Autor O POVO
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Prática esportiva e capacitação profissional. Dois pontos essenciais nos desafios de reabilitação e inclusão de uma pessoa com deficiência (PCD). Em Fortaleza, o Centro de Profissionalização Inclusiva para Pessoas com Deficiência (Cepid), localizado na Barra do Ceará, trabalha tanto com esporte, em diversas modalidades, quanto qualifica para o mercado de trabalho.

Inaugurado em 2014, o Centro de 4.988 m² tem capacidade de atender cerca de 1.200 pessoas e oferta cursos nas áreas de comércio e serviços administrativos, confecção e moda inclusiva, Libras (Língua Brasileira de Sinais), formação de audioescritores e braille. O local tem ainda amplo espaço para a prática de natação, tênis, handebol, basquete, entre outros.

"Temos duas áreas distintas de inserção: o esporte e a área técnica", resume a coordenadora do Cepid, Regina Tahim.

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A coordenadora conta que muitos dos atletas despontam, competem em outros estados e até chegam à seleção brasileira. Um dos nomes revelados no Cepid é a de Oara Uchôa, atleta paralímpica de basquete de cadeira de rodas que vestiu a camisa do Brasil no Parapan de Lima, Peru, no mês passado.

"O esporte é de fundamental importância para autoestima deles (PCDs), para se ocuparem e saírem do meio de ondem vivem. Muitos deles são deficientes provenientes de algum acidente. Eles passam pela fase depressiva, de querer desistir e, de repente, se encontram em algum esporte. Possuem histórias de vida belíssimas", comenta Regina.

Além do Cepid, outros espaços são utilizados na Capital e na Região Metropolitana de Fortaleza para prática de esportes para pessoas com deficiência. O caminho percorrido por eles para chegar às modalidades esportivas é frequentemente por meio de associações voltadas para PCDs. Através de parcerias, estas organizações conseguem promover treinos em universidades, escolas, institutos estaduais e federais e locais de uso público, como as areninhas.

Segundo o professor de Educação Física e membro da Associação D'eficiência Superando Limites (Adesul), David Xavier, a instituição é a única do Estado a trabalhar com nove modalidades. Ele explica que ao trazer treinos para o ambiente acadêmico acaba despertando também o interesse pelo estudo nos praticantes.

"O meio acadêmico acaba olhando também para o deficiente como protagonista", comenta David.

Para chegar ao deficiente e levá-lo para o esporte, a Adesul, assim como outras associações, divulga os trabalhos via redes sociais. Ademais, profissionais ligados às organizações promovem, de forma gratuita, apresentações em escolas e universidades. "Através destas vivências, eles vão conhecendo. Tem gente que vê e indica, e vai divulgando no boca a boca."

Especialista em esporte adaptado, David ressalta que no Interior a dificuldade na oferta de esportes para pessoas com deficiência é ainda maior. Para o professor, a falta de qualificação profissional para a área e o custo de equipamentos para determinados esportes são fatores dificultadores para a ampliação do processo para o restante do Estado. "Infelizmente ainda é pouco. O pessoal tem muito medo disso (de se especializar na área), receio de não saber trabalhar (com o público PCD)", afirma.

David destaca a questão do preconceito como mais um fator que distancia o profissional de Educação Física do trabalho voltado para pessoas com deficiência. "Também existe. Tem profissional que não acredita no deficiente", completa.

 

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