Ipespe: Lavareda diz que Ciro é vítima da bipolarização entre Lula e Bolsonaro
O presidente do Conselho Científico do Ipespe participou do Jogo Político e analisou o atual desempenho dos presidenciáveis no Ceará
O Jogo Político especial desta terça-feira, 5, analisou os números da pesquisa Ipespe, contratada pelo O POVO, com os percentuais de intenções de votos para a disputa presidencial no Ceará. O levantamento mostra o ex-presidente Lula (PT) liderando com folga no primeiro turno, com 55%, seguido do presidente Jair Bolsonaro (PL) com 20%, e Ciro Gomes (PDT) em terceiro, com 11%. O programa contou ainda com a participação do cientista político Antônio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, que trouxe sua visão a respeito dos números.
Ao avaliar o desempenho de Ciro Gomes, que se encontra atrás até mesmo de Jair Bolsonaro, no estado em que foi governador, Lavareda destaca que o pedetista é vítima de uma bipolarização entre Lula e Bolsonaro. “Ocorre que neste ano de 2022, a campanha presidencial começou muito cedo e começou muito bipolarizada. Ciro Gomes é de alguma forma vítima dessa bipolarização”, diz.
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Segundo ele, os números da pesquisa espontânea são “impressionantemente elevados”. Neste caso, Lula lidera com 50% das intenções de voto, ante 18% de Bolsonaro e 8% de Ciro. “Ele se conecta com o quadro de recuo de Ciro Gomes em relação ao desempenho em 2018. Ocorre que neste ano de 2022, a campanha presidencial começou muito cedo e começou muito bipolarizada”.
Ciro recuou substancialmente no estado do Ceará, conforme analisa. “Embora tenha avançado um pouco em outros estados do país. O que confere aí, e isso é interessante, cerca de 8/9% dos votos totais do conjunto do país. O que significa mais ou menos 12% de válidos projetados, que é exatamente o que ele teve em 2018 no conjunto do país. Ou seja, Ciro recua no Ceará, avança no resto do país, esse é o retrato do momento”, conclui.
Questionado sobre quanto os números do Ceará podem estar próximos do cenário nacional, Lavareda destaca que Ciro está hoje no Ceará num patamar de 11 pontos e, no Brasil todo, ele tem 8/9 pontos. “Ele recuou em relação a 2018, mas no Ceará ele tem aí uns três pontos a mais do que ele consegue nacionalmente”. Em relação a outros candidatos, como Simone Tebet (MDB), por exemplo, o cientista político diz que é mais ou menos o percentual que Geraldo Alckmin teve em 2018 também no estado do Ceará.
Ele chama atenção para o fato de que, na intenção de voto espontânea, apenas 24% dos cearenses não terem mencionado uma preferência entre os presidenciáveis. Ao passo que, na intenção de voto para governador, registra-se o dobro. “48% dos cearenses entrevistados não apontaram aquele seu preferido para o voto ao governo do Estado do Ceará nesse ano. O que mostra que a eleição para governador é uma eleição muito mais aberta do que essa disputa presidencial. Isso é importante para quando nós formos acompanhando o desenrolar da disputa nas próximas pesquisas”, finaliza.