Baquit diz que "clima está muito tenso" entre bancadas do PT e PDT na Assembleia
Pedetista projeta que os ânimos devem se acirrar ainda mais após o início oficial da campanha eleitoral
Com o rompimento da aliança entre PT e PDT no Ceará, a relação entre as bancadas dos dois partidos na Assembleia Legislativa está sob forte tensão. É o que afirma o deputado estadual Osmar Baquit (PDT), que projeta ânimos ainda mais acirrados após o início da campanha eleitoral. Apesar das divergências, ele acredita que o bloco pedetista deve manter relação amistosa com a governadora Izolda Cela, que recentemente se desfiliou do partido.
Para Baquit, seria uma “burrice” do PDT fazer oposição pragmática a Izolda por questões políticas. “É questão de incoerência também. Não faz sentido o partido se opor aos projetos enviados pela governadora à Assembleia. Não me refiro à política, mas a projetos. Nós sempre tivemos uma postura de muita responsabilidade com o Estado”, pontuou.
Apesar do aceno a Izolda, o deputado reconhece que as últimas movimentações políticas de lideranças petistas e pedetistas no Estado afastaram o clima pacífico que predominou por mais de 16 anos no relacionamento entre as bancadas dos dois partidos na Assembleia Legislativa.
“O clima está muito tenso, ruim, Infelizmente. Nós, deputados, não temos culpa nenhuma de briga de ninguém. E não acredito que isso vá ficar em paz, porque a campanha quando começa ela se acirra, e é natural o acirramento. Então, os pequenos, que somos nós, pagamos um preço por erros lá de cima”, ponderou o pedetista.
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Diferente de Baquit, a deputada Augusta Brito (PT) diz que ainda é cedo para analisar os impactos do racha partidário no ambiente legislativo. “Os trabalhos estão sendo retomados agora, após o recesso. É preciso esperar um pouco mais para se ter uma conclusão sobre isso. O que eu espero é que a gente consiga conviver de forma pacífica, cada um respeitando a escolha do outro”, afirmou. “Vamos ver o que vai acontecer nos próximos dias”, acrescentou.
A posição da deputada é parecida com a do colega de bancada, Acrísio Sena (PT). Para o parlamentar, o fim da aliança não é uma sentença de desunião absoluta entre petistas e pedetistas. Os dois partidos, ele diz, têm um adversário em comum. “Para mim, de modo particular, não altera em nada a relação com os deputados, principalmente porque nosso principal adversário são as forças bolsonaristas do Ceará”.
Para o deputado, os candidatos do PT, Elmano Freitas, e do PDT, Roberto Cláudio, devem evitar ataques pessoais durante a campanha eleitoral. “Não se pode errar o alvo. Precisamos estabelecer pontes para manter o diálogo, até porque teremos uma eleição em dois turnos”, analisou Sena, que acredita numa união entre as duas legendas em um eventual confronto direto com Capitão Wagner (UB) no segundo turno.