Covid-19: pesquisadores alertam para risco da variante Delta em crianças

Principais orientações para proteger as crianças nesse período é evitar enviá-las às escolas e a defesa de um lockdown nacional

A chegada da variante Delta no Brasil deve mudar o cenário da pandemia da Covid-19 no País nos próximos meses. A mudança também está aliada ao baixo índice de vacinação, ao retorno das aulas presenciais e ao relaxamento da população com os cuidados essenciais. O biólogo Lucas Ferrante e o analista de dados Isaac Schrarstzhaupt chegaram às conclusões de que as mortes podem voltar a subir e, agora, são as crianças que estão em maior risco. Além do público mais jovem, pessoas que não estão totalmente imunizadas ou que ainda não se vacinaram também devem ficar em alerta.

Conforme os pesquisadores, a solução para proteger as crianças nesse período, é evitar enviá-las às escolas e a defesa de um lockdown nacional como a melhor medida para impedir um novo pico de mortes provocadas pela variante Delta. No Brasil, o Ministério da Saúde notificou, até essa última terça-feira, 17, 1.051 casos da variante Delta em 15 estados e no Distrito Federal. As informações são do portal The Intercept.

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Em entrevista ao portal, os pesquisadores Lucas Ferrante, doutorando em biologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e Isaac Schrarstzhaupt, coordenador da Rede Análise Covid-19, apontam que os casos de Covid-19 vão aumentar por causa da variante Delta. E que as escolas não conseguem adotar qualquer medida de segurança capaz de proteger quem não foi vacinado. Eles estimam que, com mais crianças e adolescentes sendo expostos ao vírus nas escolas, o número de mortes nesse grupo vai aumentar.

Informações vindas dos Estados Unidos mostram que 99% das pessoas que morreram de Covid-19 nas últimas semanas não tinham se vacinado. A nova cepa é mais transmissível e afeta principalmente quem ainda não está totalmente imunizado, o que é o caso de aproximadamente oito em cada 10 brasileiros – boa parte deles, crianças e adolescentes que estão prestes a voltar às salas de aula.

Dados dos cartórios de registro civil informam que, em 2021, mais de 1.500 jovens entre 10 e 19 anos morreram de Covid-19 até julho. Até maio, foram quase mil crianças de zero a nove anos. O levantamento ainda mostra que a cada um milhão de crianças nessa faixa etária no Brasil, 32 perderam a vida para a doença. Essa é a segunda maior taxa de óbitos no mundo. O Peru ocupa o primeiro lugar, com o índice de 41 mortes de crianças por milhão.

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Um cenário mais recente como exemplo é nos Estados Unidos. Com cerca de 50 milhões de crianças menores de 12 anos e que, por causa da idade, não têm autorização para serem vacinadas, os “casos pediátricos de Covid-19 estão disparando ao lado de casos entre adultos não imunizados”, segundo reportagem da revista The Atlantic. De 15 de julho a 5 de agosto, o número de casos de Covid-19 entre crianças até 12 anos saltou de 38.600 para 93.800, e as hospitalizações nessa faixa etária atingiram o maior índice desde o início da pandemia no país.

Conforme dados do Ministério da Saúde, as internações por Covid-19 de crianças menores de cinco anos aumentaram 191% a partir de fevereiro de 2021. Até julho, foram mais de mil hospitalizações este ano, número que já supera o de 2020 inteiro.

Vacinação dos adolescentes

No Brasil, nove capitais já iniciaram a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos contra a Covid-19. A campanha ocorre após o avanço da imunização dos adultos com a primeira dose nas cidades de São Paulo (SP), Campo Grande (MS), Boa Vista (RR), Macapá (AP), Rio Branco (AC), Manaus (AM), Brasília (DF), São Luís (MA) e Porto Alegre (RS). Em Fortaleza, ainda não há data definida para iniciar a imunização desse público.

Nesta quinta-feira, 19, o prefeito da Capital, José Sarto (PDT), informou que a cidade irá concluir os últimos 20 mil agendamentos do público de 18 anos nesta sexta-feira, 20. A partir disso, será iniciado a repescagem das pessoas de 18 a 39 anos que foram agendadas para receber a primeira dose da vacina, mas não compareceram no dia.

São 220 mil cadastros nessa situação, disse o prefeito de Fortaleza em publicação nas redes sociais. Segundo a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), a expectativa é que a aplicação da vacina contra a Covid-19 comece para o público adolescente nos primeiro dias do mês de setembro.

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