"Ele reconheceu minha voz", diz mãe que conheceu filho por vídeochamada durante internação

Benjamin nasceu prematuro de 29 semanas e seis dias no início de março. Mãe e filho foram logo encaminhados para a UTI e só se encontraram pessoalmente 12 dias após o parto

A chegada ao mundo fora do útero da mãe tem sido diferente para muitos bebês no contexto da pandemia de Covid-19. Em alguns momentos, a tecnologia vem para aproximar mãe e filho que não podem ter o primeiro contato pele na pele logo após o parto. “Meu filho reconheceu minha voz quando cantei e eu fiquei muito emocionada”, lembra Fabiana Alves Sousa, de 31 anos, moradora de Aprazível, distrito de Sobral.

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— O POVO Online (@opovoonline) March 26, 2021


Diagnosticada com a Covid-19 ao fim do sexto mês de gravidez, a dona de casa passou por um parto de emergência devido às complicações da doença. O bebê nasceu prematuro de 29 semanas e seis dias no início de março e ficou sob os cuidados da equipe de assistência da UTI Neonatal do Hospital Regional Norte (HRN). em Sobral. Fabiana foi transferida para a UTI no mesmo dia para receber o tratamento adequado. “Lembro apenas que ouvi o chorinho dele quando nasceu, mas já acordei na UTI Covid”, conta.

Benjamin conheceu sua mãe por vídeochamada, enquanto ela ainda estava internada. Foram 12 dias desde o nascimento de Benjamin até a alta médica de Fabiana para que os dois pudessem se encontrar pessoalmente. “Ver o meu filho e ouvir o chorinho dele me deu forças para sair da UTI.”

"Desde quando ele estava na minha barriga, sempre cantei para o Benjamin, conversava com ele. Sou muito católica e sempre cantava ‘Deus está no barco’. Quando cantei, ele, mesmo tão pequenininho, reconheceu minha voz, abriu os bracinhos", lembra emocionada. 

Benefícios para mãe e bebê

Segundo a psicóloga da unidade de saúde, Beatriz Albuquerque, o contato visual é fundamental para o vínculo entre pais e filhos e possibilita um melhor desenvolvimento da criança. “A aproximação é importante para a mãe, que concretiza a imagem do bebê, e para a criança, que é estimulada pelos sentidos”, expõe. Ela explica que o tratamento de um prematuro compreende também estimular as sensações que o bebê tinha no ventre da mãe. “Durante as vídeochamadas, pedimos que os pais conversem com as crianças e elas sempre têm uma reação a esse estímulo”.

A psicóloga diz ainda que, durante as vídeochamadas, os pais são estimulados a identificar características familiares no rosto, corpo ou comportamento do bebê com o intuito de favorecer esse vínculo e diminuir o impacto emocional do distanciamento.

Após a alta, Fabiana retornou ao hospital para acompanhar o filho na Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UCINCa) e aguarda a alta de Benjamin para irem juntos para casa. Para isso, ele precisa alcançar a idade gestacional corrigida de 34 semanas; hoje está com 32. “Diariamente, os bebês são acompanhados e monitorizados por uma equipe multiprofissional de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fonoaudiólogos e nutricionistas”, explica o médico pediatra Manoel Messias. 

Com informações da Secretaria da Saúde do Ceará

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