Familiares desesperados por causa do colapso de hospitais no Paraguai

O diretor do Hospital de Clínicas, Jorge Giubi, ressaltou que o número de novas infecções não diminui.

Com os hospitais sobrecarregados pelo aumento vertiginoso dos casos de Covid-19 no Paraguai, os parentes das pessoas infectadas se esforçam para conseguir medicamentos, obrigados a enfrentar altos custos.

 

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"Aqui não há insumos, não há remédios. Tem gente que vende sua casa, leiloa sua casa para conseguir remédio para seus familiares", disse Edi Gómez, nos portões do hospital Ingavi, nos arredores de Assunção, onde dezenas de pessoas estão acampando para estar mais perto dos doentes.

 

"Estamos passando por um péssimo momento. Duas pessoas morreram por falta de oxigênio. Meu parente foi intubado. Por falta de oxigênio, eles tiveram que transferir os pacientes para o pronto-socorro e a sala de cirurgia, onde tinham oxigênio", afirma Elisa Gómez, uma dona de casa cujo marido foi internado no Hospital de Clínicas, perto de Ingavi.

 

"Os (que fazem parte) do governo podiam ter previsto, mas nunca fizeram nada. Este governo não provém o que corresponde aos hospitais", criticou a mulher que diz ter gasto 5 milhões de guaranis (cerca de US$ 750) em uma semana.

 

O diretor do Hospital de Clínicas, Jorge Giubi, ressaltou que o número de novas infecções não diminui. Pelo contrário, os casos crescem entre 2.000 e 2.500 casos por dia, segundo dados oficiais.

 

Com uma cadeira e uma mochila, ela também se instalou nos arredores do Hospital de Clínica Nancy Jara, para ficar perto de dois irmãos internados com Covid-19.

 

"Um tem 39 anos, o outro 52. Infectaram-se porque trabalham juntos. É muito triste vê-los como estão. Sabemos que tudo está improvisado. Sabemos que não podemos pedir muito. E agradecemos que nossos pacientes estão lá sendo atendidos, ao menos. Mas eles estão lá há três dias sentados em uma poltrona", lamenta Jara.

 

"Não há leitos e é triste. Um deles tem problema de coluna e tem que ficar sentado. As pessoas estão doando poltronas, cadeiras, travesseiros, colchões (...). Mas precisamos que o governo se recarregue e faça algo mais do que isso", acrescentou.

 

No Paraguai, o número de leitos de terapia intensiva no setor público e em hospitais integrados é de 655, e já atingiu a ocupação máxima. Fora das salas de UTI, outras 92 vagas foram adaptadas, mas também ocupadas, segundo relatório do Ministério da Saúde.

 

No setor privado, existem cem leitos de terapia, 90% ocupados.

 

Com 7 milhões de habitantes, o Paraguai tem quase 200.000 casos pela covid-19, com 3.769 pessoas mortas até esta terça-feira. O número de mortos é cerca de 40 por dia, três vezes mais do que há um mês.

 


 

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