Brasil enfrenta pior fase da pandemia com dois ministros da Saúde

O governo explica a situação alegando que se trata de um "período de transição"

O Brasil enfrenta a pior fase da pandemia do novo coronavírus em meio a uma gestão caótica, agravada pela estranha existência simultânea de dois ministros da Saúde: um que está de saída e outro que ainda não assumiu suas funções.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou na segunda-feira, 15 de março, a substituição do general Eduardo Pazuello, então ministro da Saúde desde maio do ano passado, pelo cardiologista Marcelo Queiroga.

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No entanto, sua nomeação ainda está pendente de publicação no Diário Oficial, logo, não foi finalizada até agora.

O governo explica a situação alegando que se trata de um "período de transição".

A imprensa, porém, a atribui à vontade de Bolsonaro de buscar outro cargo de governo para Pazuello, a fim de protegê-lo das queixas que estão surgindo por sua gestão da crise na saúde, em particular pelo caos sanitário ocorrido em Manaus em janeiro pelo falta de oxigênio nos hospitais.

O próprio Pazuello, militar sem formação médica ou experiência anterior em cargos políticos, foi ministro interino por quatro meses, antes de ser oficializado em setembro.

A imprensa também menciona a necessidade de que Queiroga, de 55 anos, abra mão da sociedade em duas clínicas privadas no estado da Paraíba antes de tomar posse como ministro.

"Em meio a uma pandemia, que já levou a vida de mais de 286 mil brasileiros, nós temos dois ministros e na verdade não temos nenhum", declarou o governador de São Paulo, João Doria, crítico do Bolsonaro, nesta segunda-feira.

Na semana passada, Pazuello e Queiroga compareceram juntos a cerimônias e reuniões oficiais, que contaram com a participação ativa de ambos.

As primeiras declarações de Queiroga foram marcadas pela ambiguidade, num momento em que a curva de mortalidade provocada pela covid-19 não para de subir, com um saldo que nesta semana ultrapassará as 300 mil mortes no país.

Na quarta-feira passada, o ministro designado afirmou que seu governo daria "continuidade" à gestão de Pazuello, mas também recomendou o distanciamento social e indicou que poderia haver "ajustes" na política de Bolsonaro, que até agora tem caminhado na direção oposta.

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