Até fim do mês, Ceará deve ter 723 leitos Covid a mais que em pico de 2020

Mesmo com maior disponibilidade, unidades de saúde enfrentam esgotamento de leitos

14:15 | Mar. 04, 2021

Leitos de UTI serão custeados com recursos do Estado (foto: CARLOS GIBAJA/ GOV. DO CEARA)

Até o fim de março, a rede estadual de saúde deve disponibilizar aos cearenses 3.674 leitos exclusivos para tratamento da Covid-19. O número é 24,5% superior ao ofertado no pico da primeira onda da pandemia no Ceará, em maio de 2020. Ao todo serão 723 leitos a mais.

Conforme dados da Secretaria da Saúde (Sesa), em maio de 2020 o Estado havia disponibilizado 16.029 enfermarias, sendo 2.040 somente para Covid-19. Naquele mês estavam ativos 1.347 leitos intensivos, sendo 911 de atendimento para pacientes com o novo coronavírus.

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A perspectiva para o fim de março de 2021 é que estavam ativos mais de 16.600 leitos de enfermaria (dos quais 2.600 para pacientes com coronavírus) e 1.560 leitos de UTI (sendo 1.074 dedicados à Covid-19).

Veja a comparação na disponibilidade de leitos da rede estadual:

Em maio de 2020

16.029 enfermarias, sendo 2.040 exclusivas para Covid-19
1.347 leitos de UTIs, sendo 911 para Covid-19

Até fim de março de 2021

16.600 leitos de enfermaria, sendo 2.600 para Covid-19 (560 leitos Covid a mais que em 2020)
1.560 leitos de UTI, sendo 1.074 para Covid-19 (163 leitos Covid a mais que em 2020)

Ainda assim, o secretário da Saúde, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, enfatiza que oferta de leitos tem limite. “O crescimento da capacidade do Estado em atender à população não pode ser visto como motivo para relaxar os cuidados individuais. Neste momento em que estamos abrindo mais leitos, a ocupação também cresce. O momento é de preocupação e cautela. Estamos perto do limite em todas as regiões do Ceará, tanto na rede pública como nos hospitais particulares", alerta. "O agravamento da pandemia é observado em todo o Brasil e em outros países. Dessa forma, cada cidadão ainda tem a responsabilidade de seguir os protocolos de uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social.”

Legado

 

A pasta projeta que grande parte dos novos leitos permaneça instalada na rede estadual. “O legado disso será percebido ao fim da pandemia, quando grande parte dessas estruturas não será removida nem desativada, consolidando a regionalização da Saúde no Ceará. Pelo menos mil leitos de UTI permanecerão ativos”, afiram Cabeto.

Assim, até o fim de 2021, a expectativa é que 18 das 22 Áreas Descentralizadas de Saúde contem com unidades de terapia intensiva. Antes da pandemia, apenas as áreas de Fortaleza, Juazeiro do Norte e Sobral eram contempladas com estruturas dessa complexidade. 

Com informações da Secretaria da Saúde do Ceará