Fortaleza está entre as nove capitais brasileiras que apresentam aumento de casos da Covid-19
Os dados foram coletados pela plataforma InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Município registra uma "probabilidade moderada" de 75% de crescimento da patologia em sua regiãoFortaleza é uma das nove capitais brasileiras que têm registrado aumento do número de infecções pela Covid-19 nas últimas semanas, evidenciando uma possível segunda onda da doença na região. Os dados foram coletados pela plataforma InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e divulgados nesta sexta-feira, 13, pelo jornal O Globo.
Para realizar o levantamento, foram utilizadas informações reunidas pelo Ministério da Saúde (MS), que correspondem até o último dia 31 de outubro. Fortaleza aparece no balanço com um índice crescente de infecções pela doença, ao lado das capitais: Natal (RN), São Luís (MA), Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Belém (PR), Macapá (AP) e Salvador (BA).
Entre as metrópoles citadas, o município cearense registra uma "probabilidade moderada" de 75% de crescimento da patologia em sua região. João pessoa, Florianópolis e Maceió são as capitais brasileiras que apresentam o quadro mais preocupante - com índice probatório de elevação estimado em 95%.
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O número de pessoas infectadas pela doença em Fortaleza começou a aumentar ainda em outubro deste ano, quando a transmissão do vírus tornou a sofrer uma elevação em alguns bairros da Capital - conforme boletim epidemiológico divulgado semanalmente pela Secretaria de Saúde Municipal (SMS).
De acordo com a pasta, os bairros da Regional II de Fortaleza são o que concentram "majoritariamente" o aumento de casos observados. A faixa-etária dos pacientes atingidos está entre 20 a 39 anos e a suspeita é de que os jovens tenham contraído a doença durante os chamados "eventos superdisseminadores", aqueles que ocorrem com aglomerações e pouco uso de máscaras.
O nome dos bairros não foram discriminados pela pasta. Em análise feita em boletins anteriores pelo O POVO, contudo, foi percebido que a Regional II teve 218 novos casos na última semana, concentrados na região do Meireles e do Cocó.
Possibilidade de uma segunda onda
Com o aumento dos casos em alguns bairros de Fortaleza, teve inicio uma especulação sobre a possibilidade de que a Capital venha a enfrentar uma segunda onda da doença. Procurada pelo O POVO há cerca de duas semanas, a SMS afirmou que ainda não era possível ter essa possibilidade como certa.
Nesta sexta-feira, o epidemiologista Antonio Lima, gerente da célula de epidemiologia da pasta, comentou acerca dos dados do último boletim e afirmou existir uma persistência do aumento de casos. Apesar disso, o especialista não considerou como certo que uma segunda onda possa surgir na Capital.
Lima afirma que a elevação de casos acontece apenas em uma parte da Cidade, classificando atos como "mini-surtos". O epidemiologista também destaca que, por esse motivo, a curva de mortalidade da doença não tem sofrido impacto.
"Existe circulação viral na cidade como um todo ainda, a pandemia não acabou. No entanto, existe diferencial de transmissibilidade em algumas áreas, que estão sendo mais afetadas que outras. Felizmente, não há um impacto sobre a taxa de mortalidade", destaca.