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Zinco, Vit D e obesidade: saiba como a imunidade influencia o comportamento epidemiológico da Covid-19

Vitaminas e minerais são essenciais para evitar a infecção da Covid-19
16:59 | Set. 08, 2020
Autor Rubens Rodrigues
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Rubens Rodrigues Repórter do OPOVO
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Tipo Notícia

A rede de imunidade do organismo de uma pessoa pode ser crucial no combate à Covid-19. O que pode explicar, por exemplo, porque há casos de idosos - grupo de alto risco para a doença - que se recuperam enquanto o novo coronavírus faz vítimas mais jovens, incluindo crianças. O nutrólogo, geriatra e cardiologista Juliano Buckhardt explica que atividade física, obesidade, alimentação e quantidade de vitaminas e minerais no corpo e microbiota do intestino estão entre os principais fatores que influenciam o comportamento da doença.

Nesse dia 7 de setembro, o Ministério da Saúde informou que o Brasil tem 4.147,794 casos confirmados de Covid-19. São 10.273 casos a mais que o boletim anterior. O número de pessoas mortas já chega a 126.960. O Ceará, com mais de 665 mil exames realizados, registra 222 mil casos de Covid-19 e 8.567 mortes.

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Estudo recente do periódico científico The Lancet começou a observar apenas obesos, idosos ou não, e mostrou que os homens morriam quatros vezes mais. "A Covid-19 é um vírus bastante democrático porque acomete todas as faixas etárias. A cada dia a gente aprende uma coisa sobre o comportamento epidemiológico dele", afirma. Ele destaca que uma das explicações possíveis é a tendência dos homens a uma menor taxa de zinco.

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Um estudo da Universidade norte-americana John Hopkins analisou o caso de idosos, grupo de risco maior em função das comorbidades associadas à idade. No processo, surgiram diferenças significativas entre obesos e não obesos. A partir disso, a investigação foi então ampliada para obesos não idosos. Os pesquisadores constataram que quem está acima do peso ideal, em qualquer idade, tem mais chances de desenvolver a forma grave da Covid-19 que um idoso com peso normal. "Chamou atenção que obesos jovens tinham um prognóstico tão ruim ou pior que os idosos não obesos", explica o médico.

Para Buckhardt, a relação entre o jovem e o idoso perante o SarsCov-2 é um paradigma. "O enfoque dos pacientes com Covid-19 ainda é individualizado. Existem inúmeros fatores que precisam ser avaliados, como as vitaminas C e D, zinco e a flora intestinal. São fatores que conferem imunidade", explica.

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"O zinco é um mineral que ninguém fala a respeito, mas ele dificulta a replicação do vírus. Foi comprovado que quem tinha níveis maiores de zinco teve melhores respostas à doença", explica. "Isso tudo falando em prevenção primária. Outro estudo realizado na Alemanha mostrou que pacientes que evoluíram mal tinham vitamina D baixa e os que evoluíram bem tinham valores mais altos da vitamina".

Uma das maiores problemáticas, conforme o médico integrante de American Heart Association e da International Colleges for Advancement of Nutrology, é que não há uma "história natural da doença" - como é chamado o percurso conhecido que uma condição causa no paciente - para a Covid-19. "Hoje sabe-se que foram identificados seis subtipos da doença. Estamos lidando com um inimigo oculto, mutável", complementa.

Para o nutrólogo, é preciso que a população se conscientize mais sobre hábitos saudáveis e que haja maior investimento em assistência básica por parte dos governos. Uma das principais dicas do nutrólogo é a necessidade de vitamina D todos os dias, de 15 a 20 minutos, com 40% da área do corpo desnuda. Outra dica é não deixar de praticar exercícios físicos, mesmo que seja o mínimo possível.

"É importante consumir cada vez menos alimentos industrializados. Hoje em dia é bastante difícil porque a gente tá sujeito a agrotóxicos, metais pesados e todas essas situações. A sugestão é descascar mais e desembrulhar menos, e para quem não conhece os 'nomes científicos' do açúcar, evite alimentos industrializados com mais de três itens em sua composição", conclui.

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