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Volta às aulas em Manaus tem aglomerações, início de greve e alunos dispensados após professora testar positivo para Covid-19

O Amazonas é o primeiro estado a retomar aulas presenciais na rede pública
12:59 | Ago. 12, 2020
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Tipo Notícia


A retomada das aulas presenciais para 110 mil alunos das 123 escolas da rede pública estadual de Manaus, nesta segunda-feira, 10, foi marcada por denúncias de descumprimento do distanciamento social, pelo início de uma greve parcial de professores e pelo fechamento de um escola após professora testar positivo para Covid-19. As informações são da Folha de S. Paulo e do G1.

O Sindicato dos Professores de Manaus (Assprom Sindical) convocou greve a partir desta terça-feira, 11, enquanto o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) orientou os professores a não comparecerem às escolas. O governo não tem estimativa sobre quantos professores aderiram ao movimento.

Em uma foto feita por alunos em frente à escola estadual Marcantônio Vilaça, administrada pela Polícia Militar do Amazonas, é possível ver aglomeração de alunos na hora da entrada.

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Na zona norte de Manaus, uma professora da Escola de Tempo Integral Maria do Céu testou positivo para o novo coronavírus nessa segunda-feira, 10. A Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc-AM) informou que, na terça-feira, 11, os estudantes e servidores da unidade foram liberados para desinfecção no local. A nova data de retomada na escola ainda não foi definida.

A secretaria informou que, segundo a equipe gestora, a servidora não apresentava sintomas e retornou ao trabalho normalmente. Durante a noite de segunda, após um mal estar, ela procurou assistência médica. Conforme o documento apresentado pela servidora, o teste foi realizado no mesmo dia e apresentou resultado positivo para o novo coronavírus.

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Fiscalização

Com 107.197 casos confirmados e 3.384 óbitos por Covid-19 até o dia 10 de agosto, o Amazonas, que viveu o pico da pandemia entre os meses de abril e maio, foi o primeiro estado brasileiro a liberar a reabertura das escolas particulares, no dia 6 de julho. Agora, também é o primeiro a retomar as aulas em escolas públicas.

No primeiro dia de reabertura das escolas, o Sinteam enviou uma comissão às escolas da zona Leste de Manaus e flagrou irregularidades como aglomerações na entrada, distanciamento inadequado nas salas de aula, salas sem ventilação de ar, ausência de dispensadores de álcool em gel e até alunos sem máscara.

“O que avaliamos é que ainda não é o momento de retomarmos as aulas presenciais. É preciso rever esse posicionamento”, disse a presidente do Sinteam, Ana Cristina Rodrigues. Ela disse que o sindicato deve fiscalizar as escolas durante toda a semana.

Quantidade de alunos

Segundo Rodrigues, o número de alunos faltosos no primeiro dia de aula foi significativo. “Imagine quando o comparecimento for de 100%”, alertou, afirmando que mesmo com a redução das turmas pela metade, o espaço físico das salas de aula é insuficiente para garantir o distanciamento de 1,5 metro.

Nesta segunda, 10, apenas os estudantes do ensino médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) de escolas estaduais da capital retornaram às aulas presenciais. As turmas de ensino fundamental devem retomar as aulas a partir de 24 de agosto. No interior e na rede municipal ainda não há previsão para a volta às aulas presenciais.

Medidas divulgadas

A Seduc-AM anunciou a adoção de medidas para a volta às aulas, como a redução das turmas pela metade, estudo híbrido (dois dias de aulas presenciais e dois dias de aula online na semana ), adequação das escolas com a instalação de janelas, pias, tapetes sanitizantes e dispensadores de álcool em gel, além da distribuição de máscaras para professores e alunos e de restrições para a socialização.

A Seduc negou que tenham sido registradas “ocorrências de aglomerações que prejudicassem a implantação dos protocolos de saúde”. Segundo a secretaria, a retomada das aulas foi planejada e está embasada no Plano de Retorno às Atividades Presenciais.

Conforme a pasta, o Plano contempla protocolos de segurança em saúde e a área pedagógica e que foi construído a partir da consulta a 80 mil pais, professores, pedagogos e demais servidores, sob orientações da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM).

Sobre a greve dos professores, a pasta informou que o plano foi apresentado ao sindicato e que “adequações estão sendo feitas nas escolas”.

A secretaria também alegou que “não há recomendação dos órgãos de saúde quanto à eficácia da testagem em massa” e que os profissionais da educação poderão realizar testes por meio do plano de saúde privado mantido pela secretaria, quando houver “recomendação médica”.

Em relação ao Colégio Militar da Polícia Militar Marcantônio Vilaça, escola estadual onde foram registradas aglomerações no portão de entrada, a Seduc informou que a responsabilidade pela escola é da Polícia Militar. Procurada pela Folha, a PM-AM não respondeu até o fechamento da reportagem.



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