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Cloroquina doada por Trump pode virar gasto extra para Estados, diz jornal

Foram enviados pelo governo norte-americano cerca de 3 milhões de comprimidos, que precisam ser fracionados e embalados em caixa específica. O Ministério da Saúde quer que os governadores assumam as despesas
11:00 | Jul. 21, 2020
Autor Ismia Kariny
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Ismia Kariny Estagiária O POVO online
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Tipo Notícia

Os comprimidos de hidroxicloroquina doados pelo governo norte-americano para o Brasil podem se tornar gasto extra para os Estados durante a pandemia. A substância enviada pelos americanos precisa ser fracionada, e o Ministério da Saúde quer que os governadores assumam a despesa. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve aprovar nesta terça-feira, 21, uma orientação sobre o fracionamento e a distribuição da droga. As informações são do portal de notícias do Estadão.

Conforme a reportagem, as drogas entraram no País em frascos com 100 comprimidos, e precisam ser separadas em doses exatas indicadas para os pacientes, além de embaladas em caixa específica. O medicamento não pode ter contato com o ambiente externo e o processo precisa ser supervisionado por farmacêuticos. A equipe do ministro interino, Eduardo Pazuello, sugeriu em reunião na última sexta-feira, 17, que os Estados assumissem os custos do fracionamento. A ideia desagradou aos secretários estaduais.

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Os gestores lembraram que a Saúde sequer deu destino para cerca de 1,2 milhão de comprimidos estocados no laboratório do Exército. Além disso, o órgão aumentou a produção da cloroquina a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Foram 3 milhões de comprimidos. O último lote, em 2016, foi de 265 mil unidades. Os secretários também estão incomodados com a insistência da pasta no tratamento com a hidroxicloroquina.

Procurado pelo Estadão, o Ministério confirmou que o medicamento terá de ser fracionado. A ideia é separar caixas de 6 comprimidos de hidroxicloroquina de 400 mg, segundo orientação divulgada pela Saúde, em maio. Outra alternativa é a separação em caixas de 12 comprimidos de 200 mg, conforme a dose indicada pelo ministério para o tratamento da Covid-19. Segundo a pasta, a doação servirá para tratar 250 mil pacientes.

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O Ministério não informou quanto deve custar aos Estados o fracionamento da substância. Conforme fontes do Estadão, que estiveram presentes na reunião sobre o tema, nem a equipe do ministro interino e os secretários estaduais sabem o valor exato desse gasto.

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