Condomínios sofrem com inadimplência durante o período de pandemia; confira dicas para reverter a situação
A média de inadimplentes no Brasil gira atualmente em torno de 30%, situação que pode aumentar durante os próximos meses. Confira dicas para evitar maiores transtornosDevido à Covid-19, moradores e síndicos dos condomínios estão sofrendo alterações financeiras e de circulação interna dentro do espaço. Uma delas drasticamente alteradas pela pandemia é a questão financeira: a taxa mensal do condomínio pode comprometer boa parte da renda do morador e gerar um aumento da inadimplência - quando não é realizado um pagamento já anteriormente previsto.
O advogado especialista em direito condominial Guto Germano explica sobre a importância do pagamento da taxa. "O síndico só consegue trazer resultados para o condomínio se ele tem receita. Se não tem, as finanças ficam engessadas, transformando-se em uma bola de neve. Por exemplo, e se não pagar a limpeza do local? É algo que aumentou diante a pandemia e precisa ter receita para arcar com as despesas".
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AssineGuto informa que a média de inadimplentes no Brasil gira atualmente em torno de 30%, situação que pode aumentar durante os próximos meses. "Estamos sofrendo com a questão do desemprego no Brasil e reflete na massividade da falta do pagamento das cotas condominiais", retrata. "Os reflexos da economia serão sentidos agora e no começo do ano que vem. Por esse motivo, é uma oportunidade que os síndicos procurem e garantam a sua receita nos condomínios".
Os valores podem ser garantidos mensalmente por meio da contratação de uma garantidora. A empresa paga até 100% do valor das cotas condominiais, de acordo com a avaliação de cada condomínio. Dessa forma, garante que a receita seja sempre igual mesmo que algum morador atrase ou deixe de pagar. "Com a empresa, é possível fazer uma previsão melhor dos gastos e isso oferece para o síndico uma tranquilidade financeira", conversa Guto.
No entanto, alguns cuidados são necessários antes de fechar o contrato. Guto instrui que o síndico procure a reputação da empresa antes de contratá-la, além de dicas com outros condôminos. A escolha, então, deve ser feita em uma assembleia com a participação de todos os moradores. Devido ao novo coronavírus, as reuniões devem ser on-line.
Caso não seja possível contratar a empresa, é recomendável a redução de gastos não prioritários, como reformas ou rateios para pinturas. "Nessa época de pandemia, o síndico pode verificar alguns itens considerados como cobranças extras e que podem ser suspensas. Mas cada condomínio é de uma forma e cada um deles tem suas especificações."
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Sobre a possível reabertura de áreas comuns, Guto explica que é responsabilidade do gestor de reorganizar o espaço visando o distanciamento social e outras medidas contra o novo coronavírus. A exemplo, cita que alguns condomínios reabriram seus espaços de lazer com escalonação de horários e limpeza a cada entrada e saída do morador da atividade.
"O síndico é responsável pelo condomínio e pela sua sociedade. Se reaberta as áreas comuns, é preciso se atentar e fazer as restrições e devidas adequações. Agora, daqui para a frente, todos vão ter que se adequar a um novo comum."
Confira dicas para lidar com as finanças condominiais durante a pandemia:
- aplique medidas para diminuir gastos; com áreas comuns fechadas ou com pouco movimento, a demanda de manutenção e limpeza diminui e pode aliviar as contas. Taxas extras para depósito de reformas também podem ser suspensas.
- fique atento a receita; o síndico pode procurar um escritório especializado em cobranças e reivindicar o pagamento aos inadimplentes de forma judicial.
- contrate uma garantidora; a empresa fornece apoio humanizado para casos de inadimplência. A restituição deve ser feita por uma instituição de segurança. Sempre pesquise sobre antes e contate os condôminos, pois a escolha deve ser feita através de uma assembleia.
- aposte na tecnologia; portarias eletrônicas e outros serviços podem diminuir os gatos excedentes.
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